O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, expressou nesta quinta-feira (21) a expectativa de que a Argentina adote um "tratamento diferenciado" para o Brasil e outros países do Mercosul em relação às recentes medidas anunciadas pelo presidente Javier Milei, relacionadas ao comércio exterior.
“O que pedimos é que haja um tratamento diferenciado para o Brasil e o Mercosul. Estamos sempre dispostos a conversar e discutir qualquer dificuldade. Não há relação bilateral que não tenha pontos a serem discutidos”, afirmou o ministro em entrevista ao jornal O Globo.
Vieira destacou que, embora um "ajuste econômico" seja inevitável, o novo governo argentino demonstra abertura e desejo de diálogo.
“Eles estão em uma situação que exige um controle de inflação, da oscilação cambial. Por isso, precisam de medidas que devem ter resultados a médio e longo prazos”, acrescentou.
O Ministro Vieira elogiou a disposição do governo argentino em dialogar e buscar soluções conjuntas para as questões comerciais entre os países do Mercosul.
"O Brasil valoriza o espírito de abertura e diálogo demonstrado pelo presidente Milei. Estamos atentos às negociações que visem a um equilíbrio nas relações comerciais, considerando as peculiaridades de cada nação", concluiu.
O presidente argentino, Javier Milei, anunciou um decreto com 366 artigos, estabelecendo as bases para um novo plano econômico.
O DNU (Decreto de Necessidade de Urgência) proposto por Milei visa desregulamentar a economia, revogar leis e fortalecer o mercado, reduzindo a intervenção do Estado.
Em seu pronunciamento, o presidente argentino enfatizou a necessidade de impulsionar a economia argentina por meio de medidas que estimulem o setor privado.
No entanto, a reação popular ao anúncio de Milei foi marcada por panelaços em diversos bairros de Buenos Aires, acompanhados por protestos que persistiram após o discurso do presidente e incluíram buzinaços.
Esses atos de descontentamento evidenciam a polarização e as preocupações da população em relação às mudanças propostas.