O Vaticano anunciou nesta segunda-feira (18) a decisão que autoriza formalmente, pela primeira vez, padres católicos a conceder bênção a casais do mesmo sexo. Assinado pelo papa Francisco, o documento contraria, de forma histórica, a doutrina da Igreja Católica de condenar a união homoafetiva.
Segundo a nova orientação, os padres católicos romanos têm agora a permissão de administrar bênçãos a casais do mesmo sexo, se quiserem. Os padres ainda poderão se recusar a conceder a benção, mas estão impedidos, contudo, de proibir "a entrada [em igrejas] de pessoas em qualquer situação em que possam procurar a ajuda de Deus através de uma simples bênção".
A bênção também não deve se assemelhar a uma cerimônia de casamento e não pode ocorrer durante as liturgias regulares da Igreja. O documento ainda segue considerando a união entre casais do mesmo sexo como um ato "irregular", enfatizando que a doutrina permanece inalterada. No entanto, destaca que a autorização para as bênçãos é um "sinal de que Deus acolhe a todos".
Em janeiro, o papa Francisco afirmou que as leis que criminalizam a homossexualidade são "injustas", pedindo aos bispos católicos que apoiam as leis contrárias a isso que recebam pessoas LGBTQIA+ na igreja. "Homossexualidade não é crime", disse.
Em agosto, o pontífice se manifestou publicamente a respeito de mulheres trans, afirmando que também são "filhas de Deus" e que a igreja não pode tratá-las de maneira diferente.