O presidente dos Emirados Árabes Unidos (EAU), o Sultão Ahmed al-Jaber, fez uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira (04), durante a cúpula climática da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP28.
Segundo o anfitrião, ele respeita a ciência climática, e reconhece a necessidade de exigir uma queda acentuada nas emissões de gases causadores do efeito estufa. Entretanto, o emiradense disse que o fim do uso de combustíveis fósseis está longe de ser decidido.
Na coletiva, estava presente o presidente do painel intergovernamental de especialistas em mudanças climáticas da ONU (IPCC), Jum Skea. O presidente emiradense disse: "Estamos aqui porque acreditamos e respeitamos a ciência".
Desde a última quinta-feira (30), a COP28 está em curso, devendo se estender pelas próximas duas semanas. Durante esse período, al-Jaber retomou o objetivo de reduzir as emissões de gases em ao menos 43% até o final desta década. O objetivo é conseguir limitar o aquecimento do planeta em até 1,5ºC.
Segundo al-Jaber em uma conversa informal, "nenhum estudo científico, nenhum cenário, diz que a saída dos combustíveis fósseis nos permitirá atingir 1,5°C". Na coletiva, ele reiterou a " redução e a saída dos combustíveis fósseis são inevitáveis".
O relatório da COP28, entretanto, será aprovado pelas quase 200 nações que estão sendo representadas em Dubai. Nos primeiros rascunhos, tanto a palavra "redução" quanto "saída definitiva" são usadas para descrever o uso de combustíveis fósseis. O texto deve ser publicado no dia 12 de dezembro.
Os defensores de uma saída definitiva são países latino-americanos e a União Europeia, pois apenas dessa forma seria possível atingir o objetivo de não ultrapassar 1,5ºC em vez de 2ºC. Os países produtores de hidrocarbonetos também concordam com essa posição, mas com menos ambição.
Vale ressaltar que al-Jader, além de presidente dos Emirados Árabes e o representante climático do país, ele preside a empresa estatal petrolífera Adnoc. Recentemente, u ma investigação conjunta entre a Center for Climate Reporting (CCR) e a BBC veiculou supostos e-mails do Sultão buscando acordos petrolíferos durante os encontros bilaterais. Ele negou as acusações.