Xi e Putin lamentam morte de Kissinger; veja repercussão

Diplomata morreu aos 100 anos nos Estados Unidos

Henry Kissinger
Foto: Reprodução: Flickr
Henry Kissinger

Henry Kissinger, ex-secretário de Estado dos Estados Unidos, morreu aos 100 anos nesta quarta-feira (29) . A morte do diplomata repercutiu mundialmente, com várias manifestações de autoridades do exterior.

Kissinger desempenhou um papel fundamental na formulação da política externa dos EUA durante um período crucial da Guerra Fria. Ele foi um dos principais arquitetos da política de distensão com a União Soviética e também foi importante para a normalização das relações entre os Estados Unidos e a China.

O ex-secretário também acumula polêmicas, como acusações de ter apoiado ditaduras na América Latina e impulsionado bombardeios na Ásia e no Oriente Médio.

“A América perdeu uma das vozes mais confiáveis e distintas nas relações exteriores. Há muito tempo admiro o homem que fugiu dos nazistas quando era um menino de uma família judia e depois lutou contra eles. Ele trabalhou nas administrações de dois presidentes e aconselhou muitos outros. Sou grato por esse serviço e conselho, mas sou muito grato por sua amizade. Laura e eu sentiremos falta de sua sabedoria, charme e humor", afirmou o ex-presidente dos EUA, George W. Bush.

Kissinger foi Secretário de Estado dos Estados Unidos durante os mandatos dos presidentes Richard Nixon e Gerald Ford, entre 1973 e 1977.

“O nome de Henry Kissinger está intimamente ligado a uma linha pragmática de política externa, que, ao mesmo tempo tornou possível atingir a distensão nas tensões internacionais e alcançar os mais importantes acordos soviético-americanos que contribuíram para o fortalecimento da segurança global", disse Vladimir Putin, presidente da Rússia, em telegrama enviado à esposa de Kissinger.

"Henry Kissinger moldou a política externa americana como poucos. O seu compromisso com a amizade transatlântica entre os EUA e a Alemanha foi significativo e ele sempre permaneceu próximo da sua pátria alemã. O mundo perdeu um grande diplomata", afirmou Olaf Scholz, chanceler da Alemanha.

"A estratégia e a excelência na diplomacia de Henry Kissinger moldaram a política global ao longo do século 20. Sua influência e legado continuarão a repercutir no século 21", disse Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.

“O ex-secretário de Estado fez grandes contribuições para a paz e estabilidade regionais, incluindo a normalização das relações diplomáticas entre os EUA e a China. Eu mesmo tive o privilégio de conhecê-lo em muitas ocasiões desde que era jovem e adquiri muito conhecimento com ele. Gostaria de expressar meu mais profundo respeito por suas grandes conquistas", declarou o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida.

Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que Kissinger teve importância em diversas questões, mas também declarou que o ex-secretário tinha ações duvidosas e condenáveis, em relação ao Camboja e países da América Latina.

O presidente da China, Xi Jinping, enviou uma mensagem a Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, dizendo que Henry Kissinger era um “querido velho amigo do povo chinês". Para o líder chinês, o ex-secretário deixou "visão estratégica, coragem política e sabedoria diplomática" e será lembrado por devoção às relações sino-americanas.