Morreu nesta quarta-feira (29) o histórico e controverso diplomata norte-americano Henry Kissinger, aos cem anos, segundo a Kissinger Associates INC. A causa da morte não foi informada. Ele morreu em casa, em Connecticut (EUA). O funeral deve ser reservado para parentes e amigos. Em Nova York, é esperada uma cerimônia pública de memorial.
Diplomata, cientista político e estrategista internacional, nasceu em 27 de maio de 1923, em Fürth, Alemanha. Ele é conhecido por seu papel como Secretário de Estado dos Estados Unidos durante os mandatos dos presidentes Richard Nixon e Gerald Ford, entre 1973 e 1977.
Kissinger desempenhou um papel fundamental na formulação da política externa dos EUA durante um período crucial da Guerra Fria. Ele foi um dos principais arquitetos da política de distensão com a União Soviética e também desempenhou um papel significativo na normalização das relações entre os Estados Unidos e a China.
Antes de sua carreira no governo, Kissinger foi professor de relações internacionais na Universidade Harvard. Ele também escreveu vários livros sobre política externa e questões globais, consolidando sua reputação como um pensador influente no campo da diplomacia.
Ele também acumula polêmicas, como acusações de ter apoiado ditaduras na América Latina e impulsionado bombardeios na Ásia e no Oriente Médio.
Em 1973, Henry Kissinger e o vietnamita Le Duc Tho venceram o Prêmio Nobel da Paz. A cerimônia foi marcada por uma série de polêmicas, sendo considerada um fiasco. A indicação do Nobel veio após Kissinger e Tho terem negociado conjuntamente um cessar-fogo no Vietnã, em 1973.
Na década de 1970 estreitou seus laços com o Brasil ao apoiar o programa nuclear do país. Ele argumentou que o país era um dos pilares da política norte-americana na América Latina e que apoiar o governo brasileiro era importante para manter a aliança entre as nações.
Após deixar o governo, Kissinger continuou a desempenhar um papel ativo como consultor em assuntos internacionais e políticos, além de ser uma figura proeminente em debates e discussões sobre relações internacionais. Sua abordagem pragmática e sua perspicácia estratégica fizeram dele uma figura controversa, mas indiscutivelmente influente na política global do século XX.
Mesmo aos 99 anos, ele seguia ativo. Em 2022, anunciou uma turnê para divulgar seu novo livro. Em uma entrevista da ABC divulgada em julho de 2022, Kissinger ponderou sobre as suas decisões à frente da diplomacia dos EUA
"Tenho pensado sobre esses problemas durante toda a minha vida. É meu hobby e também minha ocupação. E assim as recomendações que fiz foram as melhores que eu era capaz na época", afirmou.