O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta quarta-feira (29) que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, não vai procurá-lo. O filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) já se manifestou contrário à indicação do ex-governador do Maranhão para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal.
"Ele já sabe qual é meu voto, não vai me procurar", comentou Flávio em entrevista ao jornal O Globo. Os senadores Jorge Seif (PL-SC), Eduardo Girão (Novo-CE), Cleitinho (Republicanos-MG) e Damares Alves (Republicanos-DF) seguem o mesmo posicionamento do primogênito de Bolsonaro.
"Sua visita é desnecessária, já que me manifestei publicamente contra a indicação. Seria melhor ao indicado concentrar seus esforços naqueles que ainda estão indecisos", declarou Cleitinho.
Opositores estão se organizando para sabatinar Dino e evitar que seu nome seja aprovado. O entendimento é que o ministro da Justiça pode votar projetos com uma visão política progressista.
Também é argumentado por parte do grupo que o ministro foi o "rosto" do governo na CPI do 8 de Janeiro, o que gerou desgaste entre apoiadores do ex-presidente Bolsonaro.
No entanto, Dino tem dito que "mudou de roupa" para conversar com os senadores e não irá privilegiar nenhum lado, caso se torne senador.
"No momento em que o presidente Lula faz a indicação, evidentemente que eu mudo a roupa que eu visto. E essa roupa hoje é em busca desse apoio do Senado. A roupa que, se eu merecer essa aprovação, eu vestirei sempre, independente de governo e oposição", explicou.
A sabatina de Flávio Dino está marcada para 13 de dezembro. Se a nomeação for aprovada na CCJ, o ministro passará pela votação no plenário do Senado, precisando receber 41 votos favoráveis. Nesta quinta, ele relatou ter "votos suficientes" para ser aprovado.
Se for autorizado a ocupar uma cadeira no Supremo, Dino deverá tomar posse em fevereiro do ano que vem.