O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu durante uma entrevista à rede de televisão espanhola Univision, que usaria o FBI e o Departamento de Justiça para perseguir rivais políticos, caso ele seja eleito em 2024.
A fala de Trump vem após o apresentador Enrique Acevedo perguntar: "Você diz que eles armaram o departamento de justiça, eles armaram o FBI. Você faria o mesmo se fosse reeleito?”. O empresário é categórico em dizer que isso já é feito, e completa: "mas se quiserem levar isso adiante, sim, certamente poderia acontecer ao contrário”.
"Quando você é presidente, faz um bom trabalho e é popular, não vai atrás deles para ganhar uma eleição. Eles fizeram acusações para ganhar uma eleição. Eles chamam isso de armamento”, afirma Trump.
"Mas sim, se por acaso eu for presidente e vir alguém que está indo bem e me 'batendo muito', e eu disser para ir lá e indiciá-lo, na maioria das vezes eles estariam fora da eleição.”
Repercussão
O ex-governador de Nova Jersey, Chris Christie, que luta pela vaga no partido Republicano contra Trump, criticou a fala do empresário, chamando de "ultrajante". O candidato deu uma declaração à CNN Internacional na noite da última quinta-feira (09).
Segundo Christie, ao contrário do cenário que se tinha no primeiro mandato de Trump, não haveria advogados e outras autoridades ao redor para impedir suas investidas mais autoritárias. Para ele, os aliados do ex-presidente estão trabalhando para instalar advogados de extrema-direita no governo federal, que apoiaria as ideias de Trump. “Havia gente boa como Bill Barr, que o mantinha nos trilhos e o impedia de fazer coisas como essa no departamento de justiça”, disse o ex-governador.
Trump é o candidato que lidera as pesquisas para conquistar a vaga do Partido Republicano nas eleições presidenciais de 2024. Entretanto, ele enfrenta diversas acusações judiciais nos estados do Colorado, Minnesota e Michigan, que estão na busca de tentar impedi-lo de concorrer na eleição. O caso que pode deixar o ex-presidente inelegível está relacionado ao ataque no dia 6 de janeiro no Capitólio.