Moradores da Faixa de Gaza relatam ameaças de Israel por telefone

Os telefonemas alertavam que os bombardeios continuariam na região; o grupo terrorista Hamas, por sua vez, relatou "combates pesados" no norte de Gaza

Bloco de torre está em ruínas na cidade de Gaza após ataque aéreo israelense
Foto: UNRWA/Mohamed Hinnawi
Bloco de torre está em ruínas na cidade de Gaza após ataque aéreo israelense

Moradores palestinos da  Faixa de Gaza relataram ter recebido ameaças de evacuação por telefone por parte das forças armadas de Israel, apesar da ausência de rotas seguras de fuga. Segundo informações da Al Jazeera, os telefonemas alertavam que os "bombardeios irão continuar" na região.

Nesta segunda-feira (30), tanques de guerra israelenses avançaram na periferia de Gaza, marcando uma nova fase do conflito. “Bombardeamos mais de 600 alvos nas últimas 24 horas”, disse um porta-voz militar de Israel. O grupo terrorista Hamas, por sua vez, relatou "combates pesados" ao norte de Gaza.

Os tanques de Israel entraram na região de Zaytun, na periferia sul de Gaza, interrompendo uma estrada estratégica que conecta o norte e o sul do território palestino já devastado pela guerra. Moradores locais, que preferiram não se identificar, alegaram que os soldados estão “atirando contra qualquer veículo” que se aproxime.

Israel alertou aos 1,1 milhão de habitantes do norte de Gaza a se dirigirem para o sul, com o objetivo de evitar que civis impedissem os ataques militares, enquanto perseguem a missão de "destruir" o Hamas. Muitos moradores, no entanto, enfrentam desafios significativos para fazer esse deslocamento, incluindo a escassez de combustível, problemas de saúde e obstáculos logísticos.

Até a semana passada, a  Organização das Nações Unidas (ONU) estimava que cerca de 200 mil pessoas permaneciam na área. O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, disse que eram “preocupantes” os apelos para se esvaziar o hospital Al-Quds. "Reiteramos: é impossível evacuar hospitais cheios de pacientes sem pôr em perigo as suas vidas", escreveu Adhanom no X (ex-Twitter).