Destruição causada por ataques aéreos israelenses no bairro de Al Remal, no centro da Cidade de Gaza.
Marwan Sawwaf/Alef MultiMedia/Oxfam - 10/10/2023
Destruição causada por ataques aéreos israelenses no bairro de Al Remal, no centro da Cidade de Gaza.

Subiu para 53 o número de funcionários da agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA) mortos por ataques na Faixa de Gaza. "Estamos devastados, pois este sofrimento indescritível continua", diz a UNRWA.

"Num dia, tivemos a confirmação de que 15 foram mortos. Eles são mães e pais. Pessoas maravilhosas que dedicaram suas vidas às suas comunidades. Se não estivessem em Gaza, poderiam ter sido seus vizinhos. Um colega morreu enquanto ia buscar pão em uma padaria. Ele deixou seis filhos para trás", afirmou o comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, em pronunciamento à imprensa.

"Entretanto, temos milhares de colegas da UNRWA que, apesar de partilharem a mesma perda, medo e luta diária de milhões de habitantes de Gaza, vestem os seus coletes da ONU e vão trabalhar. Eles são nossos verdadeiros heróis", afirmou ele. "Os meus colegas de Gaza são o rosto da humanidade durante uma das suas horas mais sombrias", completou.

A maioria dos funcionários da ONU na Faixa de Gaza são locais, ou seja, palestinos que também foram deslocados de suas casas e também sentem o impacto da guerra em suas vidas cotidianas e de suas famílias. 

Em seu pronunciamento, Lazzarini disse que a falta de alimento, remédios, água e energia está fazendo a população de Gaza se revoltar. "Já estamos há quase três semanas nesta guerra e as pessoas estão a voltar o seu desespero para a UNRWA. Isso é normal. Somos o rosto da comunidade internacional, a mesma comunidade internacional que parece ter virado as costas aos habitantes de Gaza", disse.

Segundo ele, "os serviços básicos estão desmoronando, os remédios estão acabando, a comida e a água estão acabando e as ruas de Gaza começaram a transbordar de esgoto".

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