ONU deve fazer investigação própria sobre explosão a hospital em Gaza

Apuração deve ser feita 'muito em breve', informou encarregado do órgão

Hospital é bombardeado na Faixa de Gaza
Foto: Reprodução/Hassan Aslih
Hospital é bombardeado na Faixa de Gaza

A Organização das Nações Unidas (ONU) deve fazer uma investigação própria sobre a explosão a um hospital e uma escola na Faixa de Gaza, que deixou centenas de mortos na última terça (17).  Conforme o Ministério da Saúde palestino nessa quarta (18), ao menos 471 pessoas morreram e outras 342 ficaram feridas.

“A ONU certamente irá querer fazer a sua própria investigação, e isso deve ser feito muito em breve e muito rapidamente”, disse o encarregado de assuntos humanitários do órgão, Martin Griffiths, em entrevista à CNN .

Os grupos  Hamas e Hezbollah acusam Israel do ataque ao hospital. O país, no entanto, disse que o responsável pelo ataque é a  Jihad Islâmica, sustentando a posição com fotos e vídeos.

A apuração da ONU, de acordo com Griffiths, ensinaria lições "para impedir que isso aconteça no próximo hospital, na próxima escola, na próxima instituição para onde as pessoas estejam fugindo".

"O direito humanitário internacional proíbe ataques aéreos em locais com instalações civis e infraestruturas civis. É a segurança da ajuda, que é tão importante quanto a sua fiabilidade. Podemos fazê-lo, porque temos a ajuda, temos as pessoas, temos os caminhões e certamente temos vontade", acrescentou.

Israel nega acusações

Nessa quarta, o grupo libânes xiita Hezbollah convocou um dia de "ira sem precedentes" contra Israel, após a explosão ao hospital em Gaza. O grupo convocou protestos e afirmou que as "denúncias já não são suficientes" depois do ataque à instituição.

Após acusações do Hamas e do Hezbollah, Israel negou ter sido o autor do ataque ao Hospital Batista Al-Ahly Arab, o mais antigo da região, fundado em 1882 e localizado no centro da cidade de Gaza. Segundo o país, a instituição foi atingida por um foguete do grupo extremista Jihad Islâmica. 

Ainda ontem,  militares israelenses acusaram o grupo extremista islâmico Hamas de inflar o número de vítimas da explosão e divulgaram imagens aéreas da região do hospital antes e depois do ataque, afirmando que não há sinais visíveis de crateras ou danos significativos nos prédios ao redor.