Javier Milei está liderando a corrida presidencial na Argentina com cerca de 35% das intenções de voto. Na última semana, o político participou de uma entrevista com o apresentador norte-americano Tucker Carlson e declarou que não irá fazer negócios com Brasil , China e Rússia .
“Disse que não irei fazer negócios com a China, mas não irei fazer negócios com nenhum comunista. Eu sou um defensor da liberdade, da paz, e da democracia. Os comunistas não entram aí [nesse grupo]. Os chineses não entram, Putin não entra, Lula não entra aí. Nós queremos ser o farol moral do continente” declarou o atual deputado.
Apesar da declaração em tom agressivo, Milei afirmou que isso não significa que, caso seja eleito, os empresários argentinos não terão de liberdade para negociar com quem bem entenderem:
“Não vamos promover nenhum tipo de ação com comunistas ou socialistas. Isso não quer dizer que os argentinos não possam comercializar. Se querem fazer negócios com China , Rússia , com Brasil, com quem seja, problema dos argentinos” concluiu.
Durante a entrevista, Milei reforçou sua posição política e afirmou defender a liberdade e o liberalismo . Falou sobre temas como aborto, questões climáticas, passado político do país e até sobre a política dos Estados Unidos .
Conhecido por declarações ousadas, ações chamativas, como por exemplo, usar uma motosserra em sua campanha eleitoral, Milei atribui sua rápida ascensão na carreira política - que começou em 2020, ao se juntar ao partido Avanza Libertad - ao seu passado e imagem fácil de vender.
“No meu ponto de vista existem duas explicações: Uma está relacionada com meu passado pessoal, já que fui jogador de futebol, cantor de rock and roll e sou economista. Creio que essa combinação é atrativa em termos de produto televisivo. Mas, em outra parte, as ideias são importantes. A Argentina é basicamente um país que chega a 100 anos abraçando ideias socialistas, então a rebelião natural desse tema é ser liberal”
O economista ainda declarou que está disposto a dedicar sua vida por seus ideais e que não abre mão do que pensa:
“Estou convencido que estou fazendo o certo. A vida sem liberdade não vale a pena ser vivida. Em algum momento me perguntaram se daria minha vida pelas ideias libertárias e estou disposto. E busco ser testemunho desta forma de viver. A escravidão parece algo horroroso e dedico minha luta e tudo que tenho que dar, com as consequencias que possam vir a acontecer, porque fazer o correto não é negociável” concluiu.
Milei prega que o governo não tenha tanta interferência na economia do país e entende que o Estado emprega muita gente. O político já afirmou que irá demitir parte desses empregados, mas não teme revoltas ou protestos .
“Não me preocupa porque vou governar com a lei, e a lei será comprida. Não haverá motivos para reclamações, porque as reformas de primeira geração não serão afetadas. Quando as reformas de segunda geração acontecerem, eles mesmos [os funcionários públicos] vão deixar de lado os trabalhos no setor público, por questão de incentivos e de remuneração, então não deveria ser problema. Entretanto, se mesmo assim quiserem causar problemas, nós aplicaremos a lei e aqueles que cometam “distúrbios” e que violem a lei, serão presos.
As eleições na Argentina acontecem no dia 22 de outubro e os líderes nas pesquisas são Javier Milei do Libertad Avanza (35%), Sergio Massa do Unión por La Patria (25%) e Patricia Bullrich do Juntos por el Cambio (23%).