O papa Francisco denunciou na noite deste domingo (6) a "exploração criminosa" dos migrantes e garantiu que o Mediterrâneo é um cemitério, mas que o maior "é o do norte da África".
A declaração foi dada durante o voo de volta para Roma após o Pontífice participar da edição de 2023 da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Portugal.
Francisco se referiu especificamente à situação no deserto entre a Tunísia e a Líbia, onde migrantes são deixados abandonados para morrer. "O Mediterrâneo é um cemitério, mas já não é o maior, o maior cemitério está no Norte de África", denunciou.
O líder da Igreja Católica explicou ainda que viajará para Marselha, na França, nos dias 22 e 23 de setembro para participar de um encontro sobre o Mar Mediterrâneo, palco de inúmeras tragédias de migrantes nos últimos anos, por causa de sua preocupação com esta área.
Segundo o argentino, "a exploração dos migrantes é criminosa - não na Europa - mas nos campos do norte da África".
Por fim, alertou que nesta região existem muitos "campos de concentração", algo "terrível", e indicou que na última semana a ONG Mediterranea Saving Humans estava realizando um trabalho de resgate de migrantes no deserto da Líbia e da Tunísia.