O planeta Terra alcançou um novo recorde do dia mais quente desde que as temperaturas começaram a ser medidas mundialmente, em 1979. Na segunda-feira (3), os termômetros marcaram a temperatura média de 17,01° Celsius, no entanto, na terça-feira (4), a média alcançou 17,18°C, segundo Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (Noaa).
Antes de segunda-feira, o último recorde foi e 16,92º Celsius em 24 de julho de 2022. Conforme os dados do Noaa, a temperatura do ar tem oscilado entre 12°C e 17°C.
"Este não é um marco que deveríamos comemorar, é uma sentença de morte para pessoas e ecossistemas", afirma a cientista climática Friederike Otto, do Grantham Institute for Climate Change and the Environmen do Imperial College, no Reino Unido. "É preocupante, e não será o dia mais quente por muito tempo", acrescenta.
Efeito El Niño
O fenômeno El Niño , que muda substancialmente a distribuição de temperatura da superfície da água do Oceano Pacífico, resultando em impactos climáticos significativos é um dos influenciadores desse aumento de temperatura, segundo cientistas.
"Infelizmente, promete ser apenas o primeiro de uma série de novos recordes estabelecidos este ano, à medida que as emissões crescentes de dióxido de carbono e gases de efeito estufa, juntamente com um crescente evento El Niño, levam as temperaturas a novos recordes", afirmou Zeke Hausfather, cientista da Berkeley Earth, através de um comunicado dado pela Reuters.
Ontem (4), a Organização das Nações Unidas pediu para que os governos falem sobre as consequências do El Niño "para salvar vidas e meios de subsistência".
"A chegada do El Niño aumentará consideravelmente a probabilidade de quebrar recordes de temperatura e desencadear um calor mais extremo em muitas regiões do mundo e nos oceanos", afirmou Petteri Taalas, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial.