Pelo menos 4,6 mil migrantes foram resgatados nas últimas 48 horas no litoral de Lampedusa, ilha da Itália , que fica mais perto do norte da África, em mais um capitulo da crise migratória na Europa, informaram as autoridades locais nesta sexta-feira (10).
O fluxo intenso fez o resgate marítimo italiano se desdobrar para salvar três barcos sobrecarregados - com mais de 1,3 mil pessoas a bordo - no mar Jônico. Ao todo, cinco barcos-patrulha da Marinha, três navios e um avião foram acionados.
Em outras cinco embarcações, 205 migrantes foram resgatados pela Capitânia durante sua viagem para Lampedusa.
Somente hoje, o número de desembarques registados subiu para 22, totalizando 998 pessoas.
Os botes com 42 migrantes (1 mulher e 1 menor), 45 (17 mulheres e 3 menores), 49 (15 mulheres e 2 menores), 36 (8 mulheres e 1 menor) e 22 (2 mulheres) a bordo partiram de Sfax, na Tunísia, e de Zuara, na Líbia. Segundo os socorristas, todos eles são de Chade, Costa do Marfim, Etiópia, Gâmbia, Gana, Guiné, Nigéria, Síria, Sudão, Palestina e Mali.
Além deles, as autoridades italianas resgataram um navio com cerca de 500 migrantes ao sul de Crotone e outras duas embarcações com cerca de 800 pessoas ao sul da cidade de Roccella Ionica. Somente ontem, um recorde de 41 barcos foram socorridos em Lampedusa.
A Guarda Costeira da Itália reforçou que o dia "foi particularmente complexo devido ao elevado número de pessoas presentes a bordo das embarcações", mas que vai "continuar nas próximas horas" com a operação.
Ministro da Defesa da Itália
Em publicação no Twitter, o ministro da Defesa da Itália, Guido Crosetto, afirmou que "está dando todo o apoio possível ao Ministério do Interior por meio da Marinha e da Aeronáutica para enfrentar a dramática situação em curso em Lampedusa e em mar aberto, no canal da Sicília".
De acordo com dados do Ministério do Interior, 17,5 mil migrantes chegaram na Itália em 2023 , 194% a mais do que no ano passado. Os dados da Frontex também registram o aumento dos fluxos no Mediterrâneo central: +116%.
Hoje, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, emitiu um decreto que contém medidas urgentes sobre o tema de fluxos legais de entrada de trabalhadores estrangeiros e a prevenção e luta contra a imigração irregular". A portaria entrará em vigor neste sábado (11).