Após a divulgação de um documento do governo chinês para um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia, o Kremlin afirmou que não vê possibilidade de uma negociação pacífica neste momento. Para as autoridades russas, as ajudas do ocidente aos ucranianos são um dos entraves em uma possível rodada de conversas.
Na proposta, a China apresenta 12 pontos para pôr fim ao conflito, que completou um ano na última sexta-feira (24). O documento, porém, apresenta benefícios a Vladimir Putin e não reconhece o conflito como guerra ou invasão russa à Ucrânia.
“Consideramos o plano de nossos amigos chineses com grande atenção. É um processo longo. No momento, não vemos as premissas para que o assunto possa seguir uma via pacífica. A operação militar especial continua” disse Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se colocou à disposição para discutir um acordo de paz. Zelensky ainda pediu um encontro com Xi Jinping para discutir os termos da proposta chinesa e ucraniana e chegar em um consenso para a rodada de negociações.
Enquanto Zelensky vê a ideia chinesa com “bons olhos”, os países ocidentais tentam mostrar ao governo ucraniano de que o texto é pró-Rússia e poderá trazer prejuízos territoriais à Ucrânia. Para o secretário de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, a proposta da China deveria ter parado no primeiro tópico.
Críticas ao apoio ocidental
A Rússia diz que um dos motivos que alimenta o conflito na Ucrânia é a ajuda de países ocidentais ao Exército de Volodymyr Zelensky. Nos últimos meses, Estados Unidos e União Europeia enviaram armamentos e tanques aos ucranianos.
O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitri Medvedev, disse que a manutenção do apoio ocidental à Ucrânia pode levar ao fracasso do país comandando por Zelensky.
"Nossos inimigos fazem exatamente isso sem entender que seus objetivos levam a um fiasco total, ao fracasso, à perda de todos, a um apocalipse", disse Medvedev em um artigo publicado em um jornal russo.
Já o chanceler russo, Sergei Lavrov, criticou as novas sanções dos EUA e Europa, mas ressaltou que elas não devem surtir efeito.
“Quero enfatizar que não apenas frustramos os planos do Ocidente de isolar e até desmembrar a Rússia, mas também garantimos a cooperação contínua com a esmagadora maioria dos membros da comunidade internacional”, afirmou.