Algumas testemunhas podem ter mentido sob juramento em investigação do grande júri especial que apura os esforços do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e aliados em tentar anular a derrota dele nas eleições de 2020 na Geórgia . Trechos das conclusões foram divulgados nesta quinta-feira (16).
O júri disse acreditar que "uma ou mais testemunhas" cometeram perjúrio (mentiram sob juramento) e pediram que promotores locais apresentem acusações contra elas.
As partes do relatório divulgadas hoje não mencionam detalhes, mas é a primeira vez que recomendações dos jurados para acusações criminais sobre o caso se tornam públicas.
O documento pede também que a promotora do Condado de Fulton, Fani Willis, "busque acusações apropriadas por tais crimes onde as evidências são convincentes".
Trump , que agora caminha para sua terceira candidatura à presidência dos Estados Unidos, passa por investigações e a revelação dessas informações mostram que ele enfrenta desafios legais.
O ex-mandatário também é investigado pelo Departamento de Justiça dos EUA por ter mantido documentos secretos do governo em sua mansão no estado da Flórida .
Conforme os documentos, como Trump nunca prestou testemunho perante o grande júri especial , ele não está entre as testemunhas que podem ter mentido no processo. O caso, porém, ainda representa um desafio para ele, já que parte de suas ações na Geórgia foram públicas e de grande repercussão.
Após o resultado das eleições de 2020, que marcaram a vitória do atual presidente do país, Joe Biden , Trump e seus aliados fizeram alegações sem comprovação de que teria havido fraude eleitoral generalizada. Eles ainda criticaram o secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, e o governador Brian Kemp por não terem tomado a atitude de anular a derrota dele para Biden no estado.
O júri especial também concluiu, no relatório divulgado, que não houve fraude nas eleições à época.
Julgamento
Por sete meses, 75 testemunhas — entre elas, aliados de Trump — foram ouvidas pelo júri especial. Entre as pessoas que prestaram depoimentos estão o ex-prefeito de Nova York e advogado de Trump, Rudy Giuliani, e o senador norte-americano Lindsey Graham, da Carolina do Sul, além de altos funcionários da Geórgia.
Em entrevista a jornalistas nesta quinta, após a divulgação do documento, Graham disse não ter sido contatado pelas autoridades sobre seu testemunho. "Estou confiante de que testemunhei aberta e honestamente", afirmou.
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