Joe Biden é eleito como o novo presidente dos Estados Unidos

Democrata venceu a corrida eleitoral com margem apertada. Ele conquistou o voto de 273 delegados, enquanto Trump ficou com 216; apuração ainda não terminou

Joe Biden foi eleito com margem apertada nos Estados Unidos
Foto: Gage Skidmore/Creative Commons
Joe Biden foi eleito com margem apertada nos Estados Unidos

O democrata Joe Biden foi eleito presidente dos Estados Unidos nesta sábado(7) e venceu Donald Trump após conquistar os votos de 273 delegados. Ele precisava de pelo menos 270. O republicano terminou a corrida eleitoral para a Casa Branca com 213 votos. Os principais veículos e agências de notícia dos Estados Unidos declaram a vitória de Biden com base em projeções 

A vitória de Biden veio de forma apertada, mas foi possível após um bom desempenho em estados como Wisconsin e Michigan , conhecidos como "campos de batalha" pela grande disputa que eles tiveram entre os dois candidatos.

O democrata Biden ultrapassou Trump em Georgia e na Pensilvânia, estados decisivos para avançar na disputa. O presidente recorreu à Justiça para contestar a contagem de votos que aponta para Biden com a vantagem nas eleições. Biden conseguiu virar os votos na apuração na Geórgia , um estado considerado conservador e republicado desde a década de 1990.

No início da apuração das urnas, Biden começou em desvantagem e chegou a ficar atrás de Trump. Isso porque seu eleitorado, que votou majoritariamente pelo correio, teve demora maior para que seus votos fossem contabilizados.

A modalidade foi mais utilizada neste ano por conta da pandemia da Covid-19 , doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2). Eleitores de Trump, porém, compareceram em maior parte para votar presencialmente.

Nesta quinta-feira (5), Trump foi às redes sociais e disse que iria contestar a vitória de Joe Biden "em todos os estados", mas as ações que ele moveu em Michigan e Geórgia, por exemplo, foram recusadas pela Justiça americana.

Na Pensilvânia, no entanto,  a campanha do republicano e outros aliados dele entraram com vários processos no estado, alegando muitos tipos de irregularidades eleitorais. Entre os apontamentos estavam a proibição da supervisão da contagem dos votos e a exigência de que as pessoas que votaram pelo correio apresentassem suas identidades, além de uma tentativa de invalidar votos não-presenciais.

No condado de Filadélfia, a contagem de votos chegou a ser interrompida após pedido do Partido Democrata para a Justiça do estado da Pensilvânia tomar uma decisão sobre o papel dos observadores no processo.

Já em Nevada, a campanha de Trump também disse que entraria com um processo alegando fraude eleitoral. Em Las Vegas, apoiadores do republicano alegaram, sem evidências, que houve irregularidades na votação no populoso condado de Clark, que inclui a cidade.

Na madrugada de quarta-feira (4), o bom desempenho inicial do republicano fez ele antecipar que já tinha vencido . Conforme o tempo foi passando, no entanto, Biden começou a diminuir a distância e ultrapassou seu adversário em estados-chave, como o Arizona.

Com isso, Trump foi às redes sociais e disse que as vitórias que ele estava registrando nos estados tradicionalmente democratas desapareceram "magicamente", sugerindo uma fraude no processo eleitoral americano.

Durante as apurações, o republicano também afirmou que pediu a recontagem dos votos em Wisconsin , além de ter dito que estava pronto para acionar seus advogados após o resultado das urnas. Biden respondeu que estava pronto para uma batalha jurídica .

Já na reta final das apurações, na noite de quarta(4),  Biden disse que estava fazendo campanha como democrata, mas que iria governar como "o presidente dos americanos" .

"A presidência, em si, não é uma instituição partidária. É o único cargo nesta nação que representa a todos e exige um dever de cuidar de todos os americanos. E é exatamente isso o que eu farei", afirmou.

Àquela altura, o democrata já começou a fazer discursos como vencedor e pediu um tom mais amistoso nos Estados Unidos.

"Não somos inimigos. O que nos une como americanos é muito mais forte do que qualquer coisa que possa nos separar. É hora de fazermos o que sempre fizemos como americanos: deixar a retórica dura da campanha para trás, baixar a temperatura, nos vermos novamente, nos ouvirmos, nos ouvirmos de novo e respeitarmos e cuidarmos uns dos outros", disse.