Frame de vídeo mostra Messina Denaro (de óculos) sob custódia da polícia
Ansa
Frame de vídeo mostra Messina Denaro (de óculos) sob custódia da polícia

Após cerca de 30 anos de fuga, o líder mafioso Matteo Messina Denaro , criminoso mais procurado da Itália , foi preso nesta segunda-feira (16), em Palermo, na Sicília.

Com 60 anos de idade, o poderoso expoente da Cosa Nostra estava foragido desde meados de 1993 e foi detido pela Arma dos Carabineiros na clínica privada La Maddalena, onde se tratava havia mais de um ano.

"Os meus mais efusivos agradecimentos, assim como de todo o governo, às forças de polícia, em especial ao Agrupamento Operacional Especial dos Carabineiros, à Procuradoria Nacional Antimáfia e à Procuradoria de Palermo pela captura do expoente mais significativo da criminalidade mafiosa", disse a premiê italiana, Giorgia Meloni, que irá à Sicília ainda nesta segunda.

Segundo ela, trata-se de uma "grande vitória do Estado, que demonstra não se render diante da máfia". Já o presidente Sergio Mattarella telefonou para o ministro do Interior, Matteo Piantedosi, e ao comando da Arma dos Carabineiros para parabenizá-los pela prisão de Messina Denaro.

"Uma grandíssima satisfação por um resultado histórico na luta contra a máfia", declarou Piantedosi.

A captura ocorreu no dia seguinte ao aniversário de 30 anos da prisão de outro mafioso, Salvatore "Totò" Riina (1930-2017), sanguinário e temido líder da Cosa Nostra até o início da década de 1990.

Filho de um antigo mafioso de Trapani e histórico aliado do clã de Corleone, liderado por Riina, Messina Denaro estava foragido desde o verão europeu de 1993, quando enviou uma carta à sua então namorada, Angela, após uma série de atentados da Cosa Nostra em Roma, Milão e Florença, dizendo que ela ouviria falar dele em breve e que tentariam pintá-lo como um "diabo".

Messina Denaro já foi condenado à prisão perpétua por dezenas de homicídios, incluindo o do pequeno Giuseppe Di Matteo, filho de um mafioso arrependido e dissolvido no ácido após quase dois anos de cativeiro. Além disso, foi sentenciado por envolvimento nos atentados que mataram os juízes Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, em 1992.

Ele era o último grande líder mafioso ainda foragido, e as buscas envolveram centenas de agentes das forças de ordem. Para muitos, Messina Denaro era o "chefe dos chefes" da Cosa Nostra desde a prisão de Bernardo Provenzano (1933-2016), o sucessor de Riina, em 2006.

Em seu período como foragido, buscou tirar a máfia dos holofotes e investir em novos setores da economia, como energias renováveis, para lavar o dinheiro obtido com atividades criminosas.

O mafioso também ganhou notoriedade pelo ar de playboy e pela crueldade. Seu apelido era "Diabolik", em referência a um ladrão anti-herói dos quadrinhos.

Messina Denaro foi levado para uma delegacia em Palermo e depois para o aeroporto de Boccadifalco, de onde será transferido para uma penitenciária de segurança máxima.

Ele foi detido sem opor resistência, sob os aplausos dos outros pacientes da clínica La Maddalena.

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