O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, afirmou nesta terça-feira (27) que seu governo não vai mostrar misericórdia com os inimigos, em relação aos manifestantes que há mais de 100 dias protestam pelos direitos das mulheres no país.
A declaração foi dada durante uma cerimônia na Universidade de Teerã, em meio à convulsão social provocada pela morte de Mahsa Amini, em setembro, vítima da polícia moral iraniana por usar o véu islâmico incorretamente.
"Hipócritas, monarquistas, correntes contrarrevolucionárias e todos aqueles prejudicados pela revolução se uniram aos protestos", disse o presidente ultraconservador.
"Os braços da nação estão abertos a todos aqueles que foram enganados. Os jovens são nossos filhos, mas não teremos piedade com os elementos hostis", completou Raisi.
O líder iraniano ainda definiu a onda de protestos como um "distúrbio". Ativistas pelos direitos humanos estimam que pelo menos 507 pessoas morreram nas manifestações, enquanto entre 14 mil e 16 mil foram presas.
Suspensão de comissão sobre mulheres da ONU
O Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (Ecosoc) aprovou nesta quarta-feira (14) a expulsão do Irã da Comissão sobre a Situação da Mulher (CSW) pelo "restante do seu mandato 2022-2026".
A decisão foi anunciada na esteira da repressão do governo de Teerã aos protestos iniciados em setembro deste ano.
A resolução para retirar o Irã da CSW foi apresentada pelos Estados Unidos e contou com o apoio formal da Albânia, Austrália, Canadá, Guatemala, Israel, Macedônia do Norte, Nova Zelândia e Reino Unido.
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