Mulheres do Irã tiram os hijabs e gritam em protesto contra assassinato de Mahsa Amini
Reprodução / Twitter - 21.09.2022
Mulheres do Irã tiram os hijabs e gritam em protesto contra assassinato de Mahsa Amini

O Ministério das Relações Exteriores do  Irã informou, nesta segunda-feira (28), que o país vai rejeitar uma recém-criada investigação independente da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a repressão contra protestos no local . As manifestações não indicam diminuição e, à medida que elas se espalham pelo país, a repressão dos policiais se intensifica.

"O Irã não terá cooperação com o comitê político formado pelo Conselho de Direitos da ONU", afirmou o porta-voz do ministério, Nasser Kanaani.

Na última quinta-feira (24), o Conselho de Direitos da ONU votou para nomear a investigação sobre a repressão do Irã aos protestos.

O comissário de direitos da organização, Volker Turk, havia pedido, anteriormente, que o Irã encerrasse o uso "desproporcional" da força para reprimir os protestos. As manifestações eclodiram após a morte de Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos que havia sido detida por não usar o hijab, véu que cobre os cabelos, de maneira adequada, em 16 setembro

De acordo com a agência de notícias  HRANA , em mais de dois meses, 450 manifestantes foram mortos até 26 de novembro, incluindo 63 menores. Segundo as informações, 60 membros das forças de segurança foram mortos e 18.173 manifestantes detidos.

Irã culpa inimigos estrangeiros e seus agentes pela agitação dos protestos.

No último dia 22, em Genebra, Suíça, Jeremy Laurence, porta-voz de direitos humanos da ONU, já havia criticado o "endurecimento" das ações das forças de segurança iranianas frente aos manifestantes .

"Desde que os protestos em todo o país começaram em 16 de setembro, mais de 300 pessoas foram mortas, incluindo mais de 40 crianças. Dois meninos de 16 anos estavam entre os seis mortos no fim de semana. Manifestantes foram mortos em 25 das 31 províncias do Irã, incluindo mais de 100 no Sistão e no Baluquistão", disse Laurence.

Ele ressaltou que a violência do Estado está sendo verificada principalmente em cidades curdas, como Javanrud e Saqqez. Também foi repudiada a conduta das autoridades do Irã ao entregar o corpo dos mortos aos familiares.

"De particular preocupação é a aparente recusa das autoridades em entregar os corpos dos mortos para suas famílias ou condicionar a liberação de seus corpos a que as famílias não falem com a mídia ou concordem em dar uma falsa narrativa sobre a causa da morte", enfatizou.

Outro assunto colocado em pauta na coletiva foram as condenações de morte estabelecidas nos últimos dias a cidadãos que participavam dos protestos. Foi solicitada a revogação de algumas sentenças de morte emitidas.

"Pedimos às autoridades que libertem todos os detidos em relação ao exercício de seus direitos, incluindo o direito de reunião pacífica, e retirem as acusações contra eles. Nosso escritório também pede às autoridades iranianas que imponham imediatamente uma moratória sobre a pena de morte e revoguem as sentenças de morte emitidas para crimes que não se qualifiquem como os crimes mais graves de acordo com o direito internacional", completou.

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