Acusado de ter ordenado a execução do jornalista Jamal Khashoggi, em 2018, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, não poderá ser julgado pelo crime em tribunais dos Estados Unidos por causa da imunidade concedida a chefes de governo.
A declaração dos EUA foi feita no âmbito de um processo movido pela viúva do jornalista, Hatice Cengiz, contra Bin Salman e outras autoridades sauditas em um tribunal de Washington.
“O governo dos EUA expressou suas graves preocupações sobre o assassinato horrível de Jamal Khashoggi, e levantou essas questões publicamente e junto aos níveis mais elevados do governo saudita”, afirmou a manifestação, em carta enviada ao tribunal pelo Departamento de Justiça.
A declaração lembra que, em setembro, Bin Salman foi anunciado como primeiro-ministro da Arábia Saudita, consolidando o amplo poder sobre os rumos do país e, oficialmente, o elevando ao posto de chefe de governo.
Entenda o caso
Jamal Khashoggi, jornalista saudita que tinha nacionalidade americana, foi morto dentro do consulado da Arábia Saudita em Istambul, em outubro de 2018.
Khashoggi jamais deixou o local, e as investigações apontaram que ele foi executado e teve o corpo esquartejado. Seus restos mortais jamais foram encontrados.
Informações da inteligência americana apontam que Bin Salman, alvo recorrente das críticas do jornalista, teria ordenado pessoalmente a execução, algo que ele nega veementemente.
Em 2019, um ano depois do crime, o então candidato à Presidência Joe Biden
prometeu tornar a Arábia Saudita “um pária”, e cobrou punições a Bin Salman.
Mas em julho, em meio a uma campanha eleitoral, e com os preços dos combustíveis disparando, Biden tomou a decisão de viajar a Jedá, cumprimentar Bin Salman e pedir ao país que aumentasse a oferta de petróleo.
Em outubro, a Arábia Saudita, ao lado do cartel petrolífero Opep+, anunciou um corte estimado de dois milhões de barris diários, em uma ação que foi apontada como uma das maiores derrotas políticas do democrata no poder.
Entre no canal do Último Segundo no Telegram
e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o perfil geral do Portal iG.