Zaporizhzhia é bombardeada
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Zaporizhzhia é bombardeada

Pelo menos 17 pessoas morreram no bombardeio russo da cidade ucraniana de Zaporíjia neste domingo, um dia depois de uma explosão destruir parcialmente a estratégica ponte que liga a Crimeia à Rússia . A cidade é capital da região homônima que foi uma das quatro que o presidente Vladimir Putin disse ter anexado unilateralmente no final de setembro. No Telegram e no Facebook, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, escreveu:

"Não faz sentido. Puro mal. Terroristas e selvagens. De quem deu a ordem para quem a executou. Todos têm uma responsabilidade. Perante a lei e perante o povo", escreveu Zelensky.

Os bombardeios danificaram casas, blocos de apartamentos e centros educacionais de um bairro residencial, disse ele. Por sua vez, Zelensky afirmou que foram 12 mortos e que 49 feridos, incluindo seis crianças, foram levadas ao hospital.

"Depois de um ataque noturno com mísseis em Zaporíjia... 17 pessoas morreram", disse Anatoliy Kurtev, secretário do conselho municipal da cidade, ao Telegram.

Zaporíjia, no sul da Ucrânia, sofreu vários ataques nas últimas semanas. Na quinta-feira, sete mísseis russos atingiram o centro da cidade e deixaram 17 mortos.

Um funcionário regional ucraniano, Oleksandr Starukh, também relatou 12 mortos, mas disse que ainda pode haver mais vítimas sob os escombros.

A cidade de Zaporíjia está localizada na região onde fica a usina nuclear tomada pelos russos e que tem sido ameaçada pelos contínuos combates ao seu redor. No sábado, a agência nuclear das Nações Unidas alertou que a usina, a maior da Europa, havia perdido sua última fonte externa de eletricidade devido aos ataques e agora contava com geradores de emergência.

Zaporíjia também é uma das quatro áreas cuja anexação foi anunciada na semana passada pelo presidente russo, Vladimir Putin, contrariando o direito internacional.

Os atentados ocorrem um dia depois de uma enorme explosão, atribuída por Moscou a um caminhão-bomba, na ponte da Crimeia, que liga a Rússia a esta península no sul da Ucrânia anexada por Moscou em 2014. A estrutura é fundamental e também é o símbolo da anexação da península ucraniana. A ponte foi inaugurada em 2018 e construída por iniciativa de Putin para ligar a península à Rússia.

Hoje, mergulhadores russos devem examinar a ponte, anunciou o vice-primeiro-ministro russo Marat Jusnulin. Os resultados devem ser publicados ainda neste domingo. O tráfego, tanto de carros quanto de trens, foi restabelecido na ponte algumas horas após a detonação.

As autoridades russas atribuíram a explosão a um caminhão-bomba de propriedade de um morador da região de Krasnodar, no sul da Rússia. Moscou não culpou imediatamente a Ucrânia pelo ataque e as autoridades ucranianas não assumiram oficialmente a responsabilidade.

No entanto, Kiev ameaçou repetidamente bombardear esta ponte, que também serve para abastecer suas tropas na Ucrânia. As imagens de vigilância divulgadas nas redes sociais mostraram uma forte explosão no momento em que vários veículos circulavam na ponte, incluindo um caminhão que as autoridades russas suspeitam ter sido a causa da deflagração. Em outras imagens, uma caravana de vagões-tanque em chamas pode ser vista na parte ferroviária da ponte, e partes de um dos dois trilhos da rodovia desmoronaram.

Segundo os investigadores, a explosão deixou três mortos: o motorista do caminhão e outras duas pessoas, um homem e uma mulher, que dirigiam um veículo próximo à explosão.

O Exército russo, que sofreu vários reveses militares e enfrenta dificuldades na frente de Kherson, no sul da Ucrânia, disse no sábado que o fornecimento de tropas não foi ameaçado. Nos últimos meses, a Ucrânia bombardeou várias pontes na região de Kherson — que faz fronteira com a Crimeia.

Diante de um exército ucraniano fortemente abastecido com armas ocidentais, Putin decretou no final de setembro a mobilização de centenas de milhares de reservistas e a anexação de quatro regiões ucranianas, embora Moscou as controle apenas parcialmente. Em um sinal de descontentamento de alto nível com a condução das operações, Moscou anunciou no sábado a nomeação de um novo chefe de sua "operação militar especial" na Ucrânia, o general Sergei Surovikin, de 55 anos.

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