Ambar, que se identificou como namorada de brasileiro que tentou matar Cristina Kirchner, dá entrevista à canal argentino
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Ambar, que se identificou como namorada de brasileiro que tentou matar Cristina Kirchner, dá entrevista à canal argentino

A namorada de Fernando Sabag Montiel, o brasileiro acusado da tentativa de magnicídio da vice-presidente argentina, Cristina Kirchner, rompeu o silêncio na noite desta sexta. A mulher, que se identificou como Ambar, disse que acreditava que seu parceiro era uma "boa pessoa" e que não pensava que ele seria "capaz de fazer algo assim".

A mulher falou ao lado de amigos em uma entrevista ao canal Telefe Noticiais, afirmando "não acreditar" que seu namorado tinha uma arma em casa . Afirmou que conhecia o brasileiro há quatro meses, mas que começaram um relacionamento faz um mês e que viviam juntos. O casal, disse ela, trabalhava vendendo algodão doce.

"Fiquei perplexa, não pensei que ele seria capaz de fazer algo assim", disse a mulher, falando sobre o momento em que descobriu que seu namorado era suspeito de cometer a tentativa de magnicídio.

"Na verdade, não encontro explicações, não pensei que ele era uma pessoa assim. Estou perplexa como todos vocês", completou ela, classificando Sabag Montiel como "legal, piadista, amoroso".

Segundo informações oficiais às quais O GLOBO teve acesso, Sabag Montiel alugava o conjugado há apenas oito meses e morava no local com uma namorada argentina. Os documentos de uma mulher identificada como Brenda Elizabeth Uriarte foram encontrados na residência do brasileiro, mas não está claro se ela e Ambar são a mesma pessoa.

Em sua entrevista ao canal argentino, Ambar disse que a polícia levou todas as suas roupas ao realizar a varredura, e reclamou que não tem nada para vestir. Isso, afirmou ela, é "injusto", já que não tem "nada a ver" com a situação. 

A mulher também afirmou ter "medo" porque recebe várias mensagens de pessoas desconhecidas que a culpam pelo ato de seu namorado, que chama de "Tedi". As ameaças, disse ela, "tiram nossa possibilidade de trabalhar", afirmando que não tem nenhuma relação com a tentativa de magnicídio.

"Não somos terroristas nem nada", disse a mulher. — Conheci ele em uma festa, ficamos amigos, e depois conhecemos Nicolás, que nos deu um trabalho e começamos uma amizade. Temos muito medo das ameaças e do que pode acontecer amanhã. Estamos muito assustadas.

Nicolás foi um dos quatro jovens que acompanharam Ambar na entrevista, e é o chefe do negócio de venda de algodão doce. O homem também afirmou ter ficado "chocado" ao descobrir que seu colega era o responsável pelo atentado contra a vice.

"Nos ameaçam pelas redes sociais, nos dizem que querem nos matar. É uma situação horrível. Isso vai nos ferrar, e nós somos trabalhadores", disse ele, antes de comentar sobre a personalidade de Sabag Montiel. — Ele se queixava da economia, da subida do dólar, mas como qualquer um, não com agressividade.

Nesta sexta, também veio à tona que Sabag Montiel deu uma entrevista ao canal Crónica TV ao lado de Ambar, enquanto vendiam algodão doce, para falarem dos planos socioeconômicos do governo de Alberto Fernández. Ambos afirmaram que a assistência é desnecessária, mas a mulher foi além:

"Eu antes recebia um plano social, mas agora prefiro sair para trabalhar. Para mim, coletar benefícios sociais é incentivar a vadiagem", afirmou a mulher que, em seu mural do Facebook, descreveu enfrentamentos com "máfias" de vendedores de algodão doce peruanos com quem disputa mercado.

Segundo o jornal La Nación, em 17 de março do ano passado, Sabag Montiel foi detido por porte de arma. Na ocasião, foi flagrado com uma faca e alegou que a usava para defesa pessoal. Ele foi abordado na época por estar estacionado com um veículo sem a placa traseira e alegou que ela caíra "devido a um acidente de trânsito ocorrido dias atrás". Quando abriu a porta para pegar a documentação do carro, uma faca de 35 centímetros de comprimento caiu no chão.

O documento de residência do brasileiro na Argentina é dos anos 1990. O pai dele, Fernando Ernesto Montiel Araya, que é chileno, foi alvo de um inquérito da Polícia Federal para expulsão do Brasil em 2020. Conforme documento ao qual O GLOBO teve acesso, o procedimento foi instaurado porque Araya tinha uma sentença penal condenatória no país. O governo argentina acredita que ele está hoje em Valparaíso, no Chile. A mãe, Viviana Beatriz Sabag, era argentina e morreu em 2017

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