O brasileiro Fernando Andrés Sabag Montiel foi acusado de tentativa de homicídio qualificado por tentar matar a vice-presidente argentina, Cristina Kirchner. Pessoas com quem ele trocou mensagens no celular serão chamadas a depor, em busca de possíveis cúmplices no atentado. O inquérito é conduzido pela juíza federal María Eugenia Capuchetti e pelo promotor federal Carlos Rívolo. O atacante será interrogado nesta sexta-feira diante dos dois.
Segundo a imprensa argentina, algumas testemunhas já começaram a depor. São alguns dos apoiadores de Cristina que estavam na noite de quinta-feira em frente à casa da vice-presidente e que testemunharam o momento em que o agressor se se aproximou dela e tentou atirar em seu rosto. Os guardas da Polícia Federal responsáveis pela segurança da vice-presidente também prestarão depoimento.
A Polícia Federal argentina já vasculhou o último domicílio de Sabag Montiel no país, localizado no município de San Martín, na região da grande Buenos Aires. O apartamento é um conjugado e nele foram encontrados, segundo relatório policial, duas caixas de munições marca Magtech, calibre 9mm, que continham, no total, 100 balas. Também foram apreendidos um computador laptop marca HP e documentos pessoais de Sabag e familiares.
O brasileiro tinha em seu poder, ainda, um certificado de autorização para circular durante a pandemia, já que trabalhava como motorista de aplicativo, além de uma radiografia dental e outro certificado oficial por algum tipo de deficiência, que não foi informada. Também foram encontrados documentos de sua namorada, identificada como Brenda Elizabeth Uriarte, de nacionalidade argentina.
As munições encontradas serão submetidas a uma perícia, assim como a arma usada por Sabag, uma pistola Bersa calibre 380.
As redes sociais do brasileiro, já deletadas, indicam alguns de seus hobbies peculiares. Em seu perfil no Facebook, por exemplo, ele curtiu páginas como "Comunismo Satânico", "Ciências Ocultas Herméticas" e "Coach Antipsicopata", além de inúmeros grupos de ódio ligados à ideologia neonazista.
O brasileiro também gostava de ser chamado de "Salim" e se gabava de ser crítico ferrenho do atual governo argentino e da família Kirchner. Ele também postou vídeos de suas aparições em programas de TV, seja criticando programas do governo de auxílio financeiro ou a nomeação do ministro Sergio Massa, da Economia.
Segundo o jornal La Nación, em 17 de março do ano passado Montiel foi detido por porte de arma. Na ocasião, ele foi flagrado com uma faca e alegou que a usava para defesa pessoal. Montiel foi abordado na época por estar estacionado com um veículo sem a placa traseira. Ele alegou que a placa caiu "devido a um acidente de trânsito ocorrido dias atrás". Quando ele se abriu a porta para pegar a documentação do carro, uma faca de 35 centímetros de comprimento caiu no chão.
Entre no canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o perfil geral do Portal iG.