Protestos no Sri Lanka
Reprodução: redes sociais - 11/07/2022
Protestos no Sri Lanka

Os manifestantes contrários ao governo do Sri Lanka anunciaram nesta quinta-feira o fim da ocupação dos edifícios públicos que durava mais de cinco dias, mas prometeram seguir pressionando para que o presidente do país, que fugiu na quarta-feira, renuncie diante da grave crise econômica e política.

"Saímos pacificamente do palácio presidencial, da secretaria da Presidência e do gabinete do primeiro-ministro, mas continuaremos com nossa luta", disse um porta-voz dos manifestantes.

Uma multidão invadiu o palácio e a sede da Presidência no sábado, além de incendiar a casa do primeiro-ministro, Ranil Wickremesinghe. Na quarta-feira, o gabinete do premier foi ocupado.

Nesta quinta-feira, o presidente, Gotabaya Rajapaksa, deixou as Maldivas, seu primeiro destino, e foi para Cingapura. De acordo com fontes das forças de segurança, o presidente permanecerá em Cingapura por algum tempo, antes de seguir para os Emirados Árabes Unidos. O governo local esclareceu que a viagem de Rajapaksa é privada que ele não pediu asilo.

Outras fontes afirmam que uma carta de renúncia já foi preparada e será divulgada após a autorização de Rajapaksa. Como chefe de Estado, ele goza de imunidade e não pode ser preso. Especula-se que sua fuga para o exterior, acompanhado pela mulher e por dois guarda-costas, tenha o objetivo de evitar uma detenção.

A população de quase 22 milhões de habitantes da ilha enfrenta escassez de produtos essenciais devido à falta de divisas para as importações. Os manifestantes atribuem a crise à péssima gestão de Rajapaksa.

O premer, que assumiu a Presidência interina na ausência do presidente, já tinha pedido a saída dos manifestantes dos prédios públicos e determinado às forças de segurança que fizessem o "necessário para restabelecer a ordem".

Um importante monge budista que apoiou os protestos fez um apelo para que o Palácio Presidencial de mais de 200 anos fosse devolvido às autoridades, para garantir a conservação de valiosas obras de arte.

"Este edifício é um tesouro nacional e deve ser protegido", disse o monge Omalpe Sobitha. "Uma auditoria adequada deve acontecer a a propriedade deve ser devolvida ao Estado."

Desde a fuga do presidente, o complexo foi aberto ao público e milhares de pessoas foram visitar a residência oficial.

O toque de recolher foi suspenso na madrugada de quinta-feira. A polícia informou que um soldado e um agente ficaram feridos durante confrontos perto do Parlamento.

O principal hospital de Colombo informou que 85 pessoas foram internadas com ferimentos na quarta-feira e que um homem morreu sufocado após inalar gás lacrimogêneo no Gabinete do primeiro-ministro.

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