O telescópio James Webb vai investigar Júpiter e algumas de suas luas
Foto: Reprodução/Northrop Grumman/NASA - 08.07.2022
O telescópio James Webb vai investigar Júpiter e algumas de suas luas

A Nasa revelou nesta sexta-feira (8) quais serão os objetos cósmicos fotografados nas primeiras imagens a cores produzidas pelo telescópio espacial James Webb, que serão divulgadas em 12 de julho.

O evento da semana que vem marcará o lançamento oficial das operações do telescópio, fruto de uma parceria com as agências espaciais da Europa e do Canadá para investigar os primórdios do Universo.

Junto com as imagens, também serão publicados os primeiros dados espectroscópicos, em uma espécie de "aperitivo" sobre como o James Webb poderá mudar nossa visão sobre a história do cosmo.

A lista de objetos dessa primeira leva de imagens inclui as nebulosas de Carina e NGC 3132. A primeira é uma das maiores e mais brilhantes nebulosas (nuvens de poeira e gás onde surgem as estrelas) do céu noturno e fica a 7,6 mil anos luz da Terra.

Já a segunda, situada a 2 mil anos-luz de distância, é uma nebulosa planetária, ou seja, uma enorme nuvem de gás que circunda uma estrela em seu fim de vida.

Outro alvo do James Webb é o exoplaneta Wasp-96b, um gigante gasoso localizado a 1,15 mil anos-luz da Terra, com cerca de metade da massa de Júpiter, o maior planeta do sistema solar.

Imagem de teste do Fine Guidance Sensor do James Webb é a mais profunda já registrada do céu infravermelho
Foto: NASA, CSA e FGS - 08.07.2022
Imagem de teste do Fine Guidance Sensor do James Webb é a mais profunda já registrada do céu infravermelho

Também serão observados um aglomerado de galáxias e o chamado "Quinteto de Stephan", um grupo visual de cinco galáxias na constelação de Pegasus. Esse objeto fica a cerca de 290 milhões de anos-luz de distância e é o primeiro grupo compacto de galáxias descoberto, em 1877.

O James Webb foi lançado ao Espaço pelo foguete Ariane 5, em 25 de dezembro, e aos poucos foi se desdobrando para atingir sua configuração final.
Atualmente, ele se encontra no ponto conhecido como Lagrange 2 (L2), onde a influência gravitacional do Sol e da Terra se anulam, permitindo que o equipamento permaneça no local com um gasto mínimo de combustível.

Ao contrário do veterano Hubble, que capta sobretudo a luz visível, o James Webb observa em infravermelho, o que lhe permitirá estudar fenômenos mais distantes no tempo, como o surgimento das primeiras galáxias.

Enquanto o Hubble, por exemplo, consegue observar eventos ocorridos há 13,2 bilhões de anos, o James Webb poderá chegar 13,5 bilhões de anos atrás - estima-se que o Big Bang tenha ocorrido há 13,7 bilhões de anos.

Como o Universo está em expansão, as ondas de luz visível emitidas naquela era primordial são "esticadas" em seu caminho até nós, deslocando-se até a faixa do infravermelho, que é invisível para o olho humano.

Além disso, o telescópio conseguirá ver através das nebulosas, nuvens de gás onde surgem as estrelas, e estudar a atmosfera de exoplanetas em busca de possíveis marcadores biológicos da presença de vida.

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