Boris Johnson desiste de casar em residência oficial após renúncia

Cerimônia em Chequers foi apontada por críticos como um dos motivos para que premier insistisse em permanecer interinamente no cargo

Boris Johnson e Carrie
Foto: Reprodução: Flickr - 08/07/2022
Boris Johnson e Carrie

O primeiro-ministro demissionário do Reino Unido, Boris Johnson , desistiu de se casar em Chequers, a residência de campo do governo britânico, disse a imprensa local nesta sexta.

A cerimônia no fim do mês era apontada por críticos como um dos motivos pelos quais o premier insistiu na sua permanência interina no comando do país, até que um sucessor seja escolhido, após renunciar na quinta à liderança do Partido Conservador.

O premier e sua mulher, Carrie, buscam um novo espaço para realizar o evento, apesar de já terem convidado parentes e amigos para a casa oficial em Buckinghamshire, a cerca de 70 km de Londres. Durante seus três anos em Downing Street, Boris viajou frequentemente para a propriedade do século XVI.

Johnson e Carrie, que juntos têm dois filhos, já são casados: trocaram alianças no ano passado, em uma cerimônia pequena na Catedral de Westminster, com cerca de 30 convidados devido às restrições pandêmicas. Esperaram a Covid arrefecer para comemorar o casamento, o terceiro do premier, em uma festa maior.

Ao jornal The Guardian, fontes próximas ao primeiro-ministro negam que as críticas tenham algo a ver com a mudança de planos, apesar do timing. Após semanas de forte pressão por escândalos consecutivos e uma economia que sofre os efeitos acumulados da pandemia, da guerra e do Brexit, Boris renunciou depois de uma debandada de integrantes do seu governo — foram quase 60 pedidos de demissão em 48 horas.

Na manhã desta sexta, o novo ministro da Educação, James Cleverly, havia dito em uma entrevista à rádio BBC que o sucessor de Boris deveria permitir que o casal realizasse a festa em Chequers:

"Seria uma ação muito generosa se o novo primeiro-ministro permitisse", disse ele. "Eventos privados como este não pesam nos cofres públicos (...). Acho que é indelicado ser negativo sobre duas pessoas que querem celebrar seu casamento e seu amor um pelo outro".

Não está claro, contudo, se haverá um novo primeiro-ministro até lá. Na quinta-feira vozes críticas ao premier dentro de seu próprio partido defendiam que ele abandonasse tanto a liderança conservadora quanto o comando do país de imediato, defendendo que um nome interino fosse indicado para substituí-lo.

O grupo, contudo, perdeu força nas últimas 24 horas, e agora parece quase certo que Boris continuará na chefia do governo até que o novo líder conservador seja eleito. A sobrevida do premier pode ser longa, já que o processo de escolha pode levar meses: a previsão é que acabe entre setembro e outubro.

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