Em um ataque inédito desde o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro, as tropas russas dispararam mísseis contra a capital Kiev na manhã deste domingo (26).
Segundo o parlamentar ucraniano, Oleksiy Gancharenko, pelo menos 14 mísseis foram lançados por volta das 6h30 (horário local), atingindo prédios residenciais do centro da cidade. Ao menos quatro explosões foram registradas no local, e outras duas foram ouvidas na periferia do sul de Kiev.
Em comunicado no Telegram, a Procuradoria-Geral da Ucrânia informou que pelo menos um civil foi morto e outros quatro - incluindo uma menina de sete anos - foram retirados dos escombros e levados ao hospital.
O prefeito da cidade, Vitali Klitschko, relatou que pelo menos dois prédios foram afetados. "Várias explosões ocorreram no distrito de Shevchenkivskyi. Equipes de resgate e ambulâncias intervieram no local", escreveu no Telegram.
Segundo Klitschko, um incêndio em um edifício residencial de nove pisos, com destruição parcial entre o sétimo e nono andares, foi iniciado após o bombardeio. "Ocorreu um incêndio numa área total de 300 m². Estão em andamento medidas para extinguir o fogo e resgatar as pessoas", acrescentou.
De acordo com o ministro da Cultura do país, Oleksandr Tkachenko, um jardim de infância também foi alvo de um dos mísseis e segundo o Ministério da Defesa da Rússia, uma fábrica de mísseis ucraniana também foi atingida.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que está na Alemanha para a cúpula do G7, chamou o bombardeio russo de Kiev desta manhã de um ato de "barbárie".
Já o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou que a "cúpula do G7 deve responder com mais sanções contra a Rússia e mais armas pesadas para a Ucrânia" para "derrotar o imperialismo doente".
O ataque contra Kiev é inédito desde março, quando, após uma rodada de negociações por um acordo de paz, a Rússia concordou em retirar suas tropas da capital ucraniana e passou a concentrar os ataques no leste e no sul do país.