Menina de dez anos trabalha na colheita de trigo em Amritsar, na Índia; Punjab é o maior Estado produtor de trigo
AFP
Menina de dez anos trabalha na colheita de trigo em Amritsar, na Índia; Punjab é o maior Estado produtor de trigo

A Comissão Europeia adotou nesta terça-feira (21) uma proposta para usar 600 milhões de euros do Fundo Europeu de Desenvolvimento para enfrentar a atual crise de segurança alimentar, que vem sendo agravada dia após dia por conta da guerra na Ucrânia.

Segundo o órgão, o dinheiro será usado para ajudar países da África, do Caribe e do Pacífico.

"A agressão da Rússia está cobrando um alto e insensato preço não apenas sobre a população ucraniana, mas também sobre os mais vulneráveis em todo o mundo. A Rússia ainda está bloqueando milhões de toneladas de grãos dos quais alguns têm uma necessidade desesperada", disse a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen.

Conforme a UE, o dinheiro será dividido em três partes: 150 milhões de euros serão utilizados para assistência em dinheiro onde é "oportuno e possível" por meio de mecanismos de proteção social e redes de segurança já existentes nessas nações; 350 milhões de euros serão de médio-longo prazo para apoiar investimentos na produção local sustentável e para apoiar sistemas alimentares mais resilientes, incluindo a sustentabilidade social (jovens e mulheres); os 100 milhões de euros finas serão enviados para o programa "Poverty Reduction and Growth Trust" do Fundo Monetário Internacional (FMI), o que facilitará o apoio aos países mais atingidos.

"A solidariedade está no centro dos valores da União Europeia. As pessoas mais vulneráveis estão enfrentando sofrimentos enormes com o agravamento da crise alimentar na sequência da agressão da Rússia contra a Ucrânia. Com mais esses 600 milhões de euros, reforçaremos o nosso apoio para enfrentar a crise, contribuindo ao mesmo tempo com sistemas alimentares sustentáveis e resilientes", acrescentou a comissária da UE para Parcerias Internacionais, Jutta Urpilainen.

Antes da guerra, a Ucrânia era uma das maiores exportações de grãos do mundo. Conforme dados oficiais até 2020, o país era responsável pela venda de 42% do óleo de girassol, 16% do milho, 10% da cevada e do trigo (deste último, é o oitavo maior produtor global). Ao todo, o país produzia até aquele ano cerca de 65 milhões de toneladas de grãos.

Alguns países são quase que totalmente dependentes das importações vindas do país, como a Moldávia (92%), Líbano (81%) e Catar (65%). Mas, com o controle dos russos nos portos do país, cerca de 20 milhões de toneladas de grãos estão paradas, sem escoamento constante.

Por conta disso, um acordo está sendo debatido com os russos para permitir a saída dos produtos, mas até o momento, a produção está retida - e corre o real risco de estragar antes de ser consumida.

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