Secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg
Reprodução CNN Brasil - 17.03.2022
Secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg

Os  governos de Finlândia e Suécia devem anunciar oficialmente suas decisões sobre seus ingressos na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na próxima semana, e há fortes indícios de que ambos os países vão requerer a adesão, em uma revisão histórica de suas políticas de segurança.

Diversos relatos indicam que, no caso da Finlândia, o caminho oficial começará com um anúncio do presidente finlandês, Sauli Niinisto, nesta quinta-feira. A Suécia deve segui-la no domingo.

Segundo o ex-premier finlandês Alexander Stubb, em um artigo publicado nesta quarta-feira, “uma manifestação conjunta de intenção de ingressar na Otan é esperada para o início da próxima semana”.

A invasão da Ucrânia pela Rússia motivou os países europeus a repensarem suas seguranças nacionais.

Embora se espere que ambos se juntem à Otan, os governos estão preocupados em ficarem vulneráveis enquanto seus pedidos são processados, o que pode demorar até um ano.

Em função disso, diversos acordos com garantias de segurança vêm sendo assinados.

Após receberem na semana passada garantias de apoio dos Estados Unidos e da Alemanha em caso de necessidade, os países nesta quarta-feira obtiveram o apoio securitário do Reino Unido.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, assinou um novo acordo de segurança com a Suécia em Estocolmo, e planeja firmar outro com a Finlândia em visita a Helsinque mais tarde.

O Reino Unido se comprometeu a apoiar as Forças Armadas das duas nações se forem atacadas, e também intensificará o compartilhamento de inteligência como parte dos acordos. Os documentos são descritos pelo Reino Unido como "uma mudança radical na cooperação em defesa e segurança" entre os países.

"O que estamos dizendo, enfaticamente, é que, no caso de um desastre ou de um ataque à Suécia, o Reino Unido viria em auxílio da Suécia da forma como a Suécia solicitasse", disse Boris após se encontrar com a primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson. 

Andersson disse que "em tempos de crise, a cooperação se torna ainda mais importante".

"Se um dos países sofrer um desastre ou um ataque, o Reino Unido e a Suécia se ajudarão de várias maneiras. O apoio será dado a pedido do país afetado e pode incluir recursos militares."

A primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin, disse nesta quarta-feira que se seu país der o passo histórico de se inscrever na aliança militar da Otan, será para a segurança de seus próprios cidadãos e também fortalecerá a comunidade internacional.

O tabloide norueguês VG informou que Noruega, Dinamarca e a Islândia — os três países nórdicos da Otan — também preparam uma declaração oferecendo garantias a Suécia e Finlândia até a conclusão da adesão formal.

Na Suécia, os social-democratas, partido no poder, convocaram um debate parlamentar sobre a Otan para segunda-feira. Firmemente contrários à adesão por décadas antes da guerra, a decisão do partido deve ser anunciada no domingo.

O seu apoio é considerado crucial para uma candidatura à Otan, mesmo que já exista uma maioria parlamentar a favor, e o governo não precise convocar uma votação parlamentar sobre o tema para se candidatar.

invasão russa levou os dois países a abandonarem uma crença mantida durante décadas de que a paz melhor assegurada sem que houvesse adesão oficial a um lado. Ambos os países participam de exercícios aliados há anos.

Em abril, diante de sinais de que os países pretendiam aderir à Otan, a Rússia disse que, como retaliação, reforçaria seu contingente militar na região, incluindo a instalação de armas nucleares perto dos países do Mar Báltico e da Escandinávia.

Nesta quarta-feira, ao porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a Rússia “está observando de perto qualquer coisa que possa afetar a configuração da Otan em suas fronteiras”.

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