Os gastos militares dos países registraram um novo aumento e bateram recorde em 2021 ao atingirem US$ 2,1 trilhões (cerca de R$ 10,2 trilhões), informou o Instituto Internacional de Pesquisa pela Paz de Estocolmo (Sipri) nesta segunda-feira (25). Em percentual, a alta foi de 0,7% na comparação com 2020.
O relatório ainda aponta que os números em 2022 devem seguir com tendência de alta até por conta dos problemas vividos na Europa com a guerra na Ucrânia.
"Em 2021, as despesas militares aumentaram pelo sétimo ano consecutivo, chegando aos mais de US$ 2,1 trilhões. Essa é a cifra mais alta que já registramos", disse um dos pesquisadores do Sipri, Diego Lopes da Silva.
O maior orçamento segue sendo o dos Estados Unidos que, apesar de ir na contramão do mundo e reduzir os gastos em 1,4%, gastaram US$ 801 bilhões em 2021. O segundo lugar ficou com a China, que elevou a despesa pelo 27º ano consecutivo, desta vez em 4,7%, chegando a US$ 293 bilhões.
A terceira colocação é da Índia, com US$ 76,6 bilhões, seguida por Reino Unido (US$ 68,4 bilhões).
A Rússia aparece apenas na quinta posição, com gastos de US$ 65,9 bilhões. Porém, o número é 2,9% mais alto do que em 2020 e marca o terceiro ano consecutivo de aumento no setor.
Leia Também
Conforme Silva, a despesa representava 4,1% do PIB do país, "um nível muito superior à média mundial" e os lucros com as exportações de petróleo e gás são os principais responsáveis pelo financiamento militar. Mas, "é difícil prever se a Rússia conseguirá manter esse nível por conta das sanções impostas" pelos países ocidentais por conta da guerra iniciada por Moscou na Ucrânia.
Já Kiev aparece na 36ª colocação do ranking, com pouco mais de US$ 5,9 bilhões. Na comparação com 2020, esse número é 8,5% menor, mas quando comparado com 2014, quando os russos tomaram a península da Crimeia, a alta é de 72%.
De acordo com o relatório, os cinco países juntos representam 65% de todos os gastos militares globais. As outras cinco nações a completar o top 10 são França, Alemanha, Arábia Saudita, Japão e Coreia do Sul.
O Brasil, por sua vez, está na 17ª posição, com um gasto de US$ 19,2 bilhões, uma queda de 4,3% na comparação com 2020.
Entre no canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo.