Denúncias de tortura estão se repetindo desde a invasão russa, em fevereiro
Ansa
Denúncias de tortura estão se repetindo desde a invasão russa, em fevereiro


Denúncias de torturas e de execuções à queima-roupa estão se repetindo dia após dia na Ucrânia  desde que a Rússia iniciou a invasão, em 24 de fevereiro.

Nesta segunda-feira (11), o enviado da ANSA ao país conversou com dois grupos que passaram dias de terror na pequena localidade de Lukashivka, um vilarejo próximo a Chernihiv, ao norte da capital Kiev. O local também foi retomado recentemente pelos militares ucranianos.

Um grupo revela que sofreu com a tortura na igreja da Ascensão, local em que recentemente foram encontrados diversos corpos de civis. "Eles ficavam me pedindo onde estavam os soldados ucranianos, mas eu não fazia ideia", disse um dos jovens que mostrou as feridas provocadas por facadas nas pernas.

Um outro jovem, na casa dos 20 anos, afirmou que foi mantido por horas completamente nu no local para que dissesse onde estavam os ucranianos, sendo torturado.

A igreja da Ascensão tornou-se o quartel-general das tropas russas durante a ocupação da cidade ucraniana, local onde ficaram por 22 dias consecutivos. A estrutura religiosa foi praticamente destruída durante as batalhas da guerra.

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Durante sua passagem por Lukashivka, a ANSA ainda soube de outro relato horrível durante os dias de guerra.


"Nós ficamos por mais de um mês em 380 pessoas no refúgio da escola, mas 11 pessoas morreram de infarto ou porque não conseguiam mais respirar. Os soldados russos, apontando fuzis para nós, permitiram que nós os enterrássemos eles com nossas próprias mãos. Eram eles que traziam a comida em pequenas caixas enquanto eles foram nas nossas casas e roubaram nossas roupas e alimentos", diz um dos civis que não quis se identificar.

Outro ainda contou que oito pessoas que estavam no bunker foram assassinados pelos soldados russos. A maior parte dos que estavam escondidos ali eram de uma vila próxima e menor, chamada de Yahidne. Eles fugiram para Lukashivka após sua localidade ter sido praticamente destruída. Essas pequenas aldeias foram libertadas no início de abril.

Toda a região que compreende Chernihiv foi muito bombardeada desde o início do conflito. O prefeito da capital homônima, Vladyslav Atroshenko, afirma que o município foi 70% destruído nos ataques. Antes da guerra, cerca de 285 mil pessoas moravam ali.

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