Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA
Reprodução/ Twitter @SecBlinken
Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA

Após as negociações entre Rússia e Ucrânia em Istambul resultarem em avanços nesta terça-feira, com os russos anunciando uma redução "drástica" dos ataques a Kiev, autoridades dos EUA demonstraram ceticismo com as declarações de Moscou. Enquanto o secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse duvidar da "seriedade" russa, o presidente Joe Biden afirmou que ainda não sabe se a Rússia tomará ações para diminuir suas operações militares no país vizinho.

— Não vi nada que sugira que o progresso está sendo feito de forma eficaz, porque não vimos nenhum sinal de seriedade real [da Rússia] — disse Blinken em entrevista coletiva durante visita ao Marrocos. — Uma coisa é o que a Rússia diz e outra o que a Rússia faz. Nós olhamos para o último.

— O que a Rússia está fazendo é continuar a brutalizar a Ucrânia e seu povo, e isso ainda está acontecendo enquanto falamos — concluiu Blinken.

Já Biden preferiu dizer que continuará "atento ao que está acontecendo":

— Vamos ver se eles seguem o que estão sugerindo — afirmou a repórteres na Casa Branca.

Uma outra autoridade de Washington disse à Reuters que qualquer movimento de forças russas em torno de Kiev constituiria uma "realocação, não uma retirada".

— Acreditamos que qualquer movimento de forças russas de Kiev é uma redistribuição, não uma retirada. E o mundo deve estar preparado para grandes ofensivas contínuas contra outras áreas da Ucrânia — disse a autoridade, que não foi identificada pela agência de notícias. — Eles estão mudando de marcha. Ninguém deve confundir isso com o fim do conflito pela Rússia.

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Também nesta terça-feira, o presidente dos EUA conversou por telefone com líderes da Alemanha, da França, do Reino Unido e da Itália. Eles concordaram em continuar pressionando a Rússia por um cessar-fogo e pela retirada de suas tropas da Ucrânia, segundo Steffen Hebestreit, um porta-voz do governo alemão.

Hebestreit ainda acrescentou em comunicado que Biden, o chanceler alemão Olaf Scholz, o presidente francês Emmanuel Macron, o premier britânico Boris Johnson e o primeiro-ministro italiano Mario Draghi concordaram em manter a alta pressão de sanções à Rússia.

Eles ainda pediram ao presidente russo Vladimir Putin "que finalmente permita a entrega de ajuda humanitária urgentemente necessária para as pessoas na Ucrânia e construa corredores humanitários eficazes, especialmente na cidade de Mariupol".

Os líderes também discutiram medidas para garantir a segurança energética e combater os altos preços da energia, segundo o porta-voz, que não deu mais detalhes. A Rússia responde por cerca de 40% das importações de gás da União Europeia, e Putin ordenou na semana passada que países "hostis" paguem em rublos pelo gás russo, o que pôs em risco o fornecimento de gás ao continente já que os países ocidentais, que atualmente fazem o pagamento em dólares e euros, até agora rejeitaram a demanda de Moscou pela troca de moeda.

*Com agências internacionais

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