Zelensky compara guerra a 11 de Setembro e volta a pedir apoio dos EUA

Ovacionado de pé pelos congressistas, presidente disse que os EUA podem 'fazer mais para parar a máquina de guerra'

Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, falou em discurso por videoconferência ao Congresso dos Estados Unidos
Foto: Reprodução / TV Globo - 16.03.2022
Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, falou em discurso por videoconferência ao Congresso dos Estados Unidos

Em discurso por videoconferência ao Congresso dos Estados Unidos , o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, comparou a situação de seu país com os atentados de 11 de Setembro, que deixaram um saldo de quase 3 mil mortos no país, em 2001 , e voltou a pedir mais ajuda das potências ocidentais.

Ovacionado de pé pelos congressistas americanos, Zelensky expressou gratidão pela ajuda dos EUA, mas disse que o país pode "fazer mais para parar a máquina de guerra da Rússia".

"Esse é um terror que a Europa não via havia 80 anos. Lembrem-se de Pearl Harbor, na terrível manhã de 7 de dezembro de 1941, quando seus céus ficaram pretos com os aviões atacando vocês. Lembrem-se do 11 de Setembro, o terrível dia quando o mal tentou tornar suas cidades em campo de batalhas. Nosso país experimenta isso todos os dias", disse.

Zelensky também reiterou que a Ucrânia precisa de uma zona de exclusão aérea em seu território, pedido já rechaçado pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) , já que poderia colocar a aliança militar em confronto direto com a Rússia.

"Estamos pedindo por nossa vida, por uma resposta a esse terror. É pedir muito? Criar uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia para salvar as pessoas? Precisamos de uma zona de exclusão sobre a Ucrânia ou então de aviões. Vocês sabem que eles existem. Vocês dizem 'I have a dream' ['Eu tenho um sonho', frase icônica de Martin Luther King], e posso dizer a vocês: 'I have a need' [Eu tenho uma necessidade], que é proteger nosso espaço aéreo."

O mandatário tem feito discursos aos parlamentos de diversos países ocidentais para tentar aumentar a pressão por suporte militar. A Otan, no entanto, teme que um envolvimento maior de seus membros no conflito cause uma escalada militar potencialmente catastrófica para todo o mundo.

O próprio presidente dos EUA, Joe Biden, já reiterou que vai defender "cada centímetro" de território da Otan , mas deixou claro que não enviará tropas e aviões para combater na Ucrânia.

"Não vamos nos render", garantiu o presidente ucraniano, pedindo que Washington sancione "todos os políticos russos" e cobre todas as empresas americanas para que deixem a Rússia imediatamente.

Nesta quarta, Joe Biden anunciará mais US$ 800 milhões em assistência à Ucrânia, por meio de assistência humanitária, de segurança e econômica.

— Com informações de agências internacionais