Otan nega zona de exclusão na Ucrânia: "Não fazemos parte do conflito"
Pedido por zona de exclusão aérea foi feito pelo presidente do país, Volodymyr Zelensky; Otan diz que maior interferência levaria a uma guerra mais ampla
Nesta sexta-feira (4), países aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) rejeitaram o pedido da Ucrânia por zonas de exclusão aérea , dizendo que estão aumentando o apoio à nação, mas que não vão intervir diretamente. De acordo com eles, uma maior interferência levaria a uma guerra europeia mais ampla e brutal.
"Não fazemos parte deste conflito", disse o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, em entrevista coletiva. "Temos a responsabilidade, como aliados da Otan, de impedir que esta guerra se agrave além da Ucrânia, porque isso seria ainda mais perigoso, mais devastador e causaria ainda mais sofrimento humano".
"Se vocês não podem fechar nossos céus, então me deem aviões", disse o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky , pedindo para as potências ocidentais protegerem o espaço aéreo da Ucrânia, nessa quinta (3). Ontem, Zelensky também afirmou que os Países Bálticos podem ser os próximos alvos da Rússia .
O apoio à nação por parte de outros países veio, principalmente, em forma de sanções à Rússia. Os membros da Otan enviaram armas para a Ucrânia, mas não chegaram a realizar uma ação militar.
Hoje, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou que os ministros das Relações Exteriores da Otan não devem permitir que Putin "transforme a Ucrânia na Síria". "Aja agora antes que seja tarde demais", disse ele em vídeo publicado nas redes sociais.
Stoltenberg disse que a Otan entende a situação da Ucrânia, mas afirmou que uma zona de exclusão só poderia ser imposta enviando aviões da organização para abater os russos e que o risco seria muito grande.
"Os aliados concordam que não devemos ter aviões da Otan operando no espaço aéreo ucraniano ou tropas da Otan operando em território ucraniano", disse Stoltenberg.
"A nossa é uma aliança defensiva. Não buscamos conflito. Mas se o conflito chegar até nós, estamos prontos", acrescentou o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken.