A prefeitura de Kiev, capital da Ucrânia, vai impor um toque de recolher de 35 horas a partir da noite desta terça-feira (15) por causa da intensificação dos ataques da Rússia contra a cidade.
Em seu canal no Telegram, o prefeito Vitali Klitschko afirmou que a capital vive um "momento difícil e perigoso". "Por isso, peço que todos os habitantes de Kiev se preparem para ficar em casa por dois dias ou, se soarem as sirenes, nos refúgios", afirmou.
O toque de recolher deve vigorar entre 20h (15h em Brasília) desta terça e 7h da próxima quinta-feira. "Mover-se pela cidade sem autorização será proibido. Será permitido apenas sair para os abrigos", acrescentou o prefeito.
Na semana passada, Klitschko já havia dito que mais da metade da população de Kiev fugira da cidade por causa da invasão russa. No total, a guerra na Ucrânia já gerou quase 3 milhões de refugiados, de acordo com as Nações Unidas, sendo que 1,8 milhão de pessoas cruzaram a fronteira com a Polônia.
Durante a madrugada, as forças russas bombardearam um edifício residencial em Kiev, deixando pelo menos dois mortos, e danificaram uma estação de metrô da capital.
A Rússia também reivindicou o controle total da região de Kherson, cuja capital de mesmo nome já havia sido conquistada. Essa região fica no sul da Ucrânia, na costa do Mar Negro, e é estratégica para Moscou bloquear o acesso de Kiev a rotas marítimas.
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Além disso, autoridades ucranianas denunciam a morte de pelo menos quatro pessoas durante bombardeios russos na cidade de Rubizhne, na região de Lugansk. Os ataques teriam destruído escolas, incluindo uma para cegos, e um hospital municipal.
Em Dnipro, no centro da Ucrânia, o aeroporto foi devastado por mísseis durante a madrugada. Já em Rivne, na parte ocidental do país, o balanço do ataque da última segunda contra uma torre de TV subiu para 19 mortos.
Em uma mensagem em vídeo, a vice-premiê da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, disse que, até esta terça, existem nove corredores humanitários concordados com Moscou, incluindo nos arredores de Kiev e em Mariupol, que está cercada pelas forças russas há mais de duas semanas e vive uma das mais graves emergências humanitárias na guerra.
Um funcionário local disse à CNN que cerca de 350 mil pessoas ainda estão em Mariupol, que tinha cerca de 450 mil habitantes até o início do conflito. As negociações entre os dois lados, que agora acontecem por videoconferência, foram retomadas nesta terça, mas ainda não há sinal de acordo.
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