Usina nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia
Reprodução/YouTube/Autoridade Nuclear Ucraniana
Usina nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia

Após a tomada de controle da usina nuclear ucraniana de Zaporíjia, a maior da Europa, por soldados russos nesta sexta-feira, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que supervisiona a atividade nuclear, afirmou estar preocupada com o local neste domingo.

Em comunicado, a AIEA declarou que o governo ucraniano havia informado de que a direção da central nuclear, situada no sudeste da Ucrânia, estava sob as ordens das forças russas, e que qualquer ação de gestão da usina – incluindo medidas relacionadas à operação técnica das seis unidades de reatores – requer aprovação prévia do comandante russo.

Para a AIEA, este desenvolvimento contraria um dos sete pilares indispensáveis da segurança nuclear e proteção que delineadas na reunião da Assembléia de Governadores da AIEA, que aconteceu no dia 2 de março, convocada para tratar das implicações de segurança, proteção e salvaguardas da a situação na Ucrânia.

Mais especificamente, a tomada de controle da usina pela Rússia infringe o terceiro pilar estabelecido na reunião, que afirma que "o pessoal operacional deve ser capaz de cumprir suas funções de segurança e proteção e ter a capacidade de tomar decisões livres de pressões indevidas".

Outra informação dada à AIEA pelo governo ucraniano é de que as forças russas no local desligaram algumas redes móveis e a internet, para que informações confiáveis do site não possam ser obtidas pelos canais normais de comunicação.

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— Menos de 24 horas depois que a autoridade reguladora da Ucrânia disse que conseguiu manter as comunicações com a maior usina nuclear da Ucrânia, hoje disse que as linhas telefônicas, bem como e-mails e fax, não estavam mais funcionando. A comunicação por telefone celular ainda era possível, mas com baixa qualidade — informa o comunicado.

A falta de comunicação contraria outro pilar definido na reunião de Viena, o número 7, que assegura que a usina "deve haver comunicações confiáveis com o regulador e outros".

— Estou extremamente preocupado com esses desenvolvimentos que me foram relatados hoje. Apenas alguns dias depois de apresentar os sete principais elementos de segurança e proteção nuclear ao Conselho da AIEA, vários deles já estão sendo comprometidos. Para poder operar a planta com segurança e segurança, a gerência e a equipe devem poder realizar suas tarefas vitais em condições estáveis, sem interferência ou pressão externa indevida — disse o diretor-geral Rafael Mariano Grossi.

Apesar dos problemas de comunicação, o regulador conseguiu fornecer informações atualizadas sobre o status operacional da central nuclear de Zaporizhzhya, e confirmar que os níveis de radiação permanecem normais. Dos seis reatores, a Unidade 1 está em manutenção planejada até meados de 2022, a Unidade 2 agora opera em plena capacidade, a Unidade 3 está em estado de desligamento a frio, a Unidade 4 está operando em capacidade quase total, a Unidade 5 está resfriando para um estado de reserva e a Unidade 6 está em desligamento a frio.

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