O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Carlos França, conversou por telefone nesta sexta-feira (25) com o secretário norte-americano de Estado, Antony Blinken, sobre a crise na Ucrânia e a reunião da tarde de hoje no Conselho de Segurança das Nações Unidas . O país, atualmente, tem um assento rotativo no órgão.
"Os ministros discutiram o que é possível fazer para encerrar as operações militares em curso, restaurar a paz e impedir que a população civil continue a sofrer as consequências do conflito", diz uma postagem no Twitter do Itamaraty.
Segundo diversas matérias da mídia brasileira, citando fontes diplomáticas, o governo brasileiro vem sendo pressionado por países ocidentais a adotar uma postura de condenação da invasão russa - assim como sempre se posicionou na ONU, defendendo a soberania das nações e a Carta da ONU.
No entanto, a postura do presidente Jair Bolsonaro, que voltou recentemente de uma missão de Moscou, vem preocupando os diplomatas de carreira do Itamaraty. O próprio mandatário, em uma live nessa quinta-feira (24), desautorizou seu vice, Hamilton Mourão, a falar sobre a situação militar.
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"Quero deixar bem claro: o artigo 84 diz que quem fala sobre esse assunto é o presidente e o presidente chama-se Jair Messias Bolsonaro - ponto final. Com todo respeito a essa pessoa que falou isso, e falou mesmo porque eu vi as imagens, está falando algo que não deve porque não é de competência dela", disse Bolsonaro se referindo a Mourão.
Mais cedo, o vice-presidente conversou com jornalistas e disse que o "Brasil não está neutro" na crise ucraniana. "O Brasil deixou muito claro que respeita a soberania da Ucrânia. Então, o Brasil não concorda com uma invasão do território ucraniano e isso é uma realidade", afirmou.
No entanto, Bolsonaro não falou diretamente sobre as ações da Rússia em vários eventos que teve nesta quinta, limitando-se a dizer que "nós somos da paz e queremos a paz" e que o Itamaraty está trabalhando para proteger os cidadãos brasileiros que estão na Ucrânia.