A Ucrânia apelou nesta sexta-feira (11) ao Documento de Viena sobre Redução de Riscos e exigiu que a Rússia forneça explicações detalhadas sobre suas atividades militares perto da fronteira ucraniana, onde foram mobilizados mais de 100 mil soldados.
"Ativamos oficialmente o mecanismo de redução de risco de acordo com o parágrafo três do documento de Viena e solicitamos à Rússia que forneça explicações detalhadas sobre as atividades militares nas áreas adjacentes ao território da Ucrânia e na Crimeia temporariamente ocupado", escreveu o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, no Twitter.
O Documento de Viena de 2011 sobre Medidas de Construção de Confiança e Segurança é vinculativo e aplicável a todos os membros da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
De acordo com o chanceler da Ucrânia, conforme o tratado, a Rússia precisa "informar sobre as áreas exatas de sua atividade militar, anunciar as datas do fim das manobras", além de outros dados como a quantidade de militares e o tipo de armamento utilizado.
"A Rússia tem 48 horas para responder ou, caso contrário, a Ucrânia recorrerá a Moscou, bem como aos outros Estados participantes do Documento de Viena, para convocar uma reunião extraordinária onde a Rússia terá que fornecer explicações".
As tensões entre Kiev e Moscou aumentaram desde novembro passado, depois que a Rússia mobilizou mais de 100 mil soldados perto da fronteira ucraniana, o que deixou a Ucrânia e o Ocidente em alerta . Os Estados Unidos denunciaram os preparativos para uma invasão. Moscou, no entanto, nega.
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Hoje, o Conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, afirmou que uma invasão russa na Ucrânia pode ocorrer durante as Olimpíadas. Além disso, ressaltou que o governo de Vladimir Putin procura um pretexto para invadir a Ucrânia.
Sullivan explicou ainda que o presidente americano, Joe Biden, poderia falar mais uma vez com Putin sobre a crise .
Apesar de todos os esforços diplomáticos, nenhum consenso foi alcançado até agora. Países ocidentais prometeram "sanções drásticas" se a Rússia invadir a Ucrânia, segundo o governo alemão após a cúpula de líderes.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, por sua vez, afirmou que a UE avaliou o "significativo esforço diplomático para persuadir a Rússia a desescalar" e "sublinharam o apoio resoluto à Ucrânia".
"A cooperação detalhada para a finalização do pacote de sanções em caso de nova agressão por parte da Rússia foi analisada e von der Leyen explicou que as medidas poderiam dizer respeito aos setores financeiro e energético, bem como exportações de produtos de alta tecnologia", diz a nota oficial.