Heber López Vásquez escrevia regularmente sobre política e corrupção no governo de Oaxaca; atiradores foram presos
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Heber López Vásquez escrevia regularmente sobre política e corrupção no governo de Oaxaca; atiradores foram presos

Um jornalista foi morto no Sul do México na noite de quinta-feira, o quinto no país desde o início deste ano, anunciou o Ministério Público do estado de Oaxaca. Dois supostos assassinos foram detidos. Heber López Vásquez, do portal de notícias mexicano Noticias Web, foi morto dentro do carro. Ele escrevia regularmente sobre política e corrupção no governo local.

"Mesmo que tenhamos preso os dois atiradores, não descartamos nenhuma pista que possa nos levar aos autores intelectuais do crime" , disse o promotor Arturo Calvo.

Vásquez é o quinto jornalista assassinado no México desde o início de 2022, segundo dados da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF). Além dele, os repórteres José Luis Gamboa Arenas, Lourdes Maldonado, Alfonso Margarito Martínez Esquivel e Roberto Toledo foram mortos em janeiro no país.

O México é o país mais mortífero do continente e um dos mais perigosos do mundo para jornalistas, vulneráveis a represálias dos cartéis de drogas que operam em vários dos 32 estados do país, revelou, no início do mês, a ONG Anistia Internacional (AI) em seu relatório anual.

“O governo mexicano deve tomar medidas concretas, rápidas e eficazes para garantir a vida e a segurança das pessoas que exercem o jornalismo no México, bem como investigar estes assassinatos”, escreveu a AI num comunicado.

Desde Vicente Fox (2000-2006), o México teve governos de três partidos diferentes e nenhum tratou do problema da violência, e muito menos dos ataques contra jornalistas. Sob o PAN (Partido de Ação Nacional), do próprio Fox e de Felipe Calderón (2006-2012), o PRI (Partido Revolucionário Institucional), de Enrique Peña Nieto (2012-2018) e agora o Morena (Movimento de Regeneração Nacional), de Andrés Manuel López Obrador (2018-2024), os ataques se sucedem com regularidade escandalosa. Todos os governos lidaram com momentos críticos, mas nenhum tão sério a ponto de causar uma mudança de paradigma.

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