O papa Francisco aceitou a renúncia do arcebispo de Paris, monsenhor Michel Aupetit, anunciou nesta quinta-feira o Vaticano. O líder eclesiástico apresentou o pedido de demissão ao pontífice em novembro, depois de ter sido acusado na imprensa de manter um relacionamento com uma mulher, o que negou de maneira categórica.
A diocese de Paris admitiu que o arcebispo se comportou de maneira "ambígua" com uma mulher em 2012, mas negou que fosse um relacionamento amoroso ou sexual e assegurou que, naquela época, o religioso procurou os superiores para informar sobre a situação.
A Conferência Episcopal francesa confirmou nesta quinta-feira a decisão do papa e a nomeação de Georges Pontier, arcebispo emérito da cidade de Marselha, ao cargo de administrador apostólico de Paris.
Em um comunicado, monsenhor Aupetit se declarou "muito perturbado" com os ataques sofridos, mas afirmou que tem "o coração em paz".
O monsenhor Aupetit, de 70 anos, administrou a crise pelo incêndio de Notre-Dame de Paris em 2019 e tem a fama de ser muito rígido no que diz respeito à família e bioética.
A renúncia do arcebispo acontece em um contexto de choque dos católicos franceses, depois que uma comissão independente calculou em outubro que padres e religiosos abusaram de quase 216.000 menores de idade no país entre 1950 e 2020.