Segundo documentos vazados pela ex-funcionária e delatora do Facebook , Frances Haugen, a chefia da rede social sabia da radicalização de usuários , mas não tomou atitudes para frear as movimentações online para a invasão ao Capitólio no dia 6 de janeiro.
A CEO do Facebook, Sheryl Sandberg, nega as acusações, afirmando que a invasão ao Capitólio foi coordenada de forma online e que a rede social trabalhou para mitigar discursos fundamentalistas de extrema-direita. “Estes eventos foram organizados em plataformas que não podem ser monitoradas”.
Os documentos apresentados por Haugen contam uma história diferente. Segundo a ex-funcionária, o Facebook fez poucos esforços para conter a divulgação de conteúdos que convocavam a invasão ao Capitólio. Quando a rede social efetivamente começou a trabalhar para conter a divulgação dos ataques, já era tarde.
“O Facebook enganou seus investidores e o público sobre a perpetuação de informações extremistas durante a eleição de 2020 e a invasão do dia 6 de janeiro”, diz Frances Haugen.
“A responsabilidade pelos ataques do dia 6 de janeiro é daqueles que invadiram o Capitólio e encorajaram o ato. Tomamos medidas para limitar a divulgação de conteúdos que deslegitimam a eleição, incluindo de candidatos”, diz o porta-voz do Facebook, Andy Stone, fazendo referência ao ex-presidente Donald Trump.
Apesar das acusações de Frances Haugen, o Facebook afirma que se movimentou para evitar a divulgação de conteúdos com a hashtag #StopTheSteal (‘parem o roubo’, em inglês). A derrota de Donald Trump nas urnas enfureceu movimentos extremistas, que culminaram na invasão ao Capitólio no começo de 2021.