Odilon Oliveira, juiz aposentado e especializado no combate ao crime organizado na fronteira entre Brasil e Paraguai , afirmou em entrevista ao portal Uol que o "PCC quer dominar completamente o território" entre Ponta Porã-MS e Pedro Juan Caballero, no Paraguai.
"Eles [PCC] eliminam qualquer grupo adversário que se manifeste contra a ação deles na fronteira. Estamos falando de uma região que serve de base para a criminalidade, onde há um histórico de mortes", afirmou o juiz federal.
A possibilidade do Primeiro Comando da Capital ter envolvimento na série de atentados que ocorre na região - bem como a onda de mortes - está sendo investigada pela polícia paraguaia. Na última sexta-feira (08), o vereador Farid Charbell Badaoui Afif foi morto na cidade sul-mato-grossense. Após 24 horas, uma chacina em uma casa noturna matou outras quatro pessoas no lado paraguaio da divisa.
Terça-feira (12), o corpo de Hugo Ronaldo Acosta - um policial federal - foi encontrado dentro de um carro na cidade paraguaia com o seguinte bilhete: "Para de oprimir a população lá dentro porque vamos pegar vocês como pegamos anteriormente os companheiros seus".
Na última quarta-feira (13), um grupo de atiradores em motos atiraram em munícipes em Capitán Bado - cidade próxima a Pedro Juan Caballero. A ação resultou em um morto e outros dois feridos. O alvo, segundo a polícia paraguaia, era o vereador Ismael Valiente - que foi atingido no rosto e no braço, mas permanece em estado estável no hospital local.