O vulcão Cumbre Vieja, que pode vir a causar tsunamis na costa brasileira e entrou em erupção no último domingo (19) , ainda não cessou suas atividades e pode vir a expelir lava novamente. Este é o alerta de Teresa Ubide, vulcanologista da Universidade de Queensland, na Austrália, que explicou a situação em entrevista a rede espanhola de televisão RTC. A especialista alerta para o registro de novas atividades sísmicas, que podem indicar a ocorrência de novas erupções.
A acadêmica explicou que "ilhas oceânicas com o solo quente, como é o caso das Canárias, se alimentam de magma que são originárias de grandes profundidades no manto terrestre que está abaixo da superfície que vivemos." Isso significa que esse magma se infiltra em seu caminho natural e atinge uma profundidade que cria condições críticas de densidade reduzida. Assim, há um aumento de pressão sobre o magma e ela é espirrada pela superfície.
Por isso, novas atividades sísmicas podem estimular esta movimentação do magma no interior terreste. Isso seria um indicativo de que o vulcão entraria novamente em erupção.
"Se temos atividades sísmicas em resultado das atividades vulcânicas de 10 a 15 quilometros abaixo da superfície, podemos estar chegando a este ponto crítico. Podemos esperar outra erupção. Foi isso o que ocorreu na última explosão nas Ilhas Canárias, há 10 anos, e vimos o mesmo em La Palma, que quando começamos a investigar seus abalos sísmicos a 12 quilômetros de profundidade, em questão de uma semana, começaram outras erupções."
Já estudos do Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias (Involcan) seguem a mesma linha e indicam que o fim da atividade vulcânica pode estar longe do fim. Segundo a projeção do grupo de estudos, a erupção do Cumbre Vieja pode durar de 24 a 84 dias. Em média, a duração de fenômenos parecidos na ilha de La Palma é de 55 dias.