O promotor-geral do Haiti , Bedford Claude, pediu nesta terça-feira (14) o indiciamento do atual premiê, Ariel Henry , por possível participação no assassinato do presidente Jovenel Moise, ocorrido em 7 de julho.
"Há evidências suficientes para processar o sr. Henry e pedir seu indiciamento imediato", escreveu Claude no pedido enviado para o juiz Garry Orelien e que foi repercutido pela mídia do país.
O promotor ainda enviou uma segunda carta para a Administração de Migração pedindo a apreensão do passaporte e o controle para que Henry não fuja do país "por graves presunções no assassinato do presidente da República".
Segundo a investigação liderada por Claude, Henry telefonou várias vezes para Joseph Felix Badio, que trabalhou na unidade anticorrupção do Ministério da Justiça e que as autoridades haitianas acreditam ser o principal mandante e financiador do assassinato de Moise. Ele está foragido até hoje.
Os telefonemas ocorreram às 4h03 e 4h20 do dia 7 de julho, pouco depois do grupo armado ter invadido a casa de Moise, a residência oficial da presidência, e ter matado o mandatário. A esposa do presidente foi atingida, mas após algumas cirurgias em Miami, nos Estados Unidos, conseguiu sobreviver.
Essa é a primeira vez que Henry é acusado de estar envolvido com o assassinato.
Em 15 de julho, matérias do jornal "El Comercio" e da emissora "El Caracol", ambas da Colômbia, informaram que o antecessor do atual premiê, Claude Joseph, estava envolvido no plano de assassinar Moise.
A princípio, deveria ocorrer o sequestro do então presidente, mas o "plano mudou" e determinou sua morte. Ainda conforme as matérias, a mudança ocorreu dois dias antes do crime. A polícia do Haiti negou a informação.
Henry havia sido escolhido por Moise para ser o sexto premiê de seu mandato, substituindo Joseph . No entanto, como houve o crime, a troca não foi efetuada no dia 9 de julho, mas apenas no dia 20 após um acordo entre os dois políticos.