Uma mulher italiana foi condenada nesta quarta-feira (8) a dois anos de prisão, mas com pena suspensa, pela morte de uma família brasileira na passagem do ciclone Cleópatra pela Sardenha em novembro de 2013.
Izael Passoni, 42 anos, sua mulher, Cleide Mara Rodrigues, 39, e seus dois filhos, Weriston e Laine Kellen, 21 e 17, morreram afogados no porão onde moravam em Arzachena, após uma inundação ter coberto o imóvel de água em poucos minutos.
A proprietária do apartamento, Nicolina Poggianti, de 74 anos, foi sentenciada por múltiplo homicídio culposo (quando não há intenção de matar) pelo Tribunal de Tempio Pausania, mas a juíza Camilla Tesi lhe atribuiu apenas uma "responsabilidade residual" no caso e atenuou a pena por causa da idade - as motivações da condenação devem ser divulgadas em até 90 dias.
Com a sentença suspensa, Poggianti só irá para a cadeia em caso de reincidência. A idosa havia cedido o porão - tido como "inabitável" pelo Ministério Público - gratuitamente para a família brasileira, que passava por dificuldades financeiras e, em troca do aluguel, cuidava da vila onde fica o imóvel, também de propriedade da ré.
Os quatro brasileiros não tiveram chance de escapar do porão, já que a única via de saída estava bloqueada pela água. Além disso, uma porta que dava acesso aos andares superiores da casa era mantida trancada pela proprietária.
Izael morava na Itália havia oito anos - ele foi sozinho e depois levou o restante da família - e planejava voltar ao Brasil no fim de 2014, mas o ciclone não deixou.