Um homem de 100 anos que atuou como guarda no campo de concentração nazista Sachsenhausen, próximo de Berlim, na Alemanha , será julgado como cúmplice pela morte de 3.518 pessoas. A informação foi divulgada no domingo pelo jornal alemão Welt. A publicação confirmou que o processo deve começar em outubro deste ano.
A identidade do réu não pode ser revelada por questões legais. Apesar da idade avançada, ele deve comparecer às sessões na corte distrital da cidade Neuruppin, no estado de Brandenburg. O presidente do tribunal, Frank Stark, estima que o acusado deve permanecer no local por até duas horas e meia a cada dia de julgamento.
Para o advogado Thomas Walther, que atua em demandas conjuntas de processos contra nazistas e também está envolvido no julgamento de Neuruppin, a ação realizada 76 anos após o fim da Segunda Guerra é "necessária".
A acusação foi apresentada em fevereiro. De acordo com a emissora pública de televisão NDR, a denúncia ressalta que o ex-guarda contribuiu "material e intencionalmente" para os assassinatos durante os anos de 1942 e 1945, quando trabalhou no local.
Construído em 1936, Sachsenhausen se tornou conhecido por ter sido palco dos primeiros experimentos para o assassinato em massa de prisioneiros em câmaras de gás. Estima-se que até 200 mil prisioneiros tenham sido enviados à força para o campo até 1945.