Nove pessoas de uma organização criminosa que vendia leitos de UTI por até R$ 109 mil em Lima, no Peru, foram presas
Reprodução/Emissora TV Peru
Nove pessoas de uma organização criminosa que vendia leitos de UTI por até R$ 109 mil em Lima, no Peru, foram presas

Nove pessoas foram presas no Peru por integrarem uma organização criminosa que comercializava vagas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Nacional Guillermo Almenara, em Lima. Duas delas eram funcionárias da unidade, segundo a emissora estatal "TV Peru".

O preço de um leito chegava a custar 82 mil soles, algo que gira em torno de R$ 109 mil. A operação que cumpriu os mandados de prisão foi realizada pela promotoria com a polícia nacional peruana nesta quarta-feira. As autoridades informaram que os suspeitos seriam parentes dos funcionários administrativos de uma rede de benefícios de saúde. A quadrilha, denominada "Los Ángeles Negros", teria começado a praticar o crime em março. Ainda não se sabe se houve participação da equipe médica no esquema, e a investigação continua.

Segundo o diretor do hospital, Jorge Amoros, o esquema foi descoberto após um familiar de um paciente que morreu de Covid-19 ter apresentado uma denúncia no mês de abril. Dados coletados por meio de equipamentos eletrônicos contribuíram para a investigação do Ministério Público peruano, que encontrou troca de mensagens por WhatsApp e gravações relevantes.

Amoros informou que medidas foram tomadas imediatamente, com o hospital tendo acionado as autoridades e afastado os funcionários suspeitos, que atuavam na coordenação de pacientes. Além da investigação policial, haverá um procedimento disciplinar na unidade de saúde contra os acusados de participarem do esquema. Para o diretor, o que ocorreu deve ser "cortado pela raiz".

"Não se pode aceitar que profissionais que trabalham em um hospital se prestem a esse tipo de coisa e que lucrem com a vida e a saúde das pessoas", afirmou Amoros à emissora governamental.

O boletim divulgado na terça-feira contabilizou 6.892 pacientes hospitalizados com Covid-19 no Peru, dos quais 1.981 estão internados na UTI com ventilação mecânica. O país soma mais de 2 milhões de casos confirmados da doença e 195 mil mortes. Segundo a imprensa local, a situação se enquadra na segunda onda da pandemia.

Em entrevista coletiva, o ministro da Saúde peruano, Óscar Ugarte, repudiou o esquema de venda de leitos de UTI.

"É totalmente condenável. Concordamos plenamente que isso deve ser reprimido o mais rápido possível", disse. "Não é possível que se negocie com a vida das pessoas, com o sofrimento das pessoas, ainda mais quando isso acontece em espaços ou instituições públicas".

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