Na manhã desta quarta-feira (07), a casa de Jovenel Moïse, presidente do Haiti , foi invadida por um grupo de homens armados que assassinaram o líder do país . Martine, a primeira-dama haitiana, foi baleada no tiroteio e resgatada com vida. As informações foram anunciadas pelo primeiro-ministro interino, Claude Joseph.
A motivação do crime ainda não foi divulgada, bem como a autoria do crime. O Haiti, entretanto, já observa uma escalada na violência no país há meses. Jovenel, inclusive, chegou a alegar que a oposição arquitetou um golpe de Estado para retirá-lo do poder.
Em entrevista ao jornal El País, o presidente assassinado revelou que há um grupo de empresários "que controlam os principais recursos do país, que sempre instalaram e removeram presidentes e que utilizam as ruas para causar desestabilização".
Com isso, sua continuidade no cargo estaria ameaçada. "Meu mandato começou em 7 de fevereiro do 2017 e termina em 7 de fevereiro do 2022. Entregarei o poder ao seu proprietário, que é o povo do Haiti. Os oligarcas corruptos, acostumados a controlar presidentes, ministros, Parlamento e Poder Judiciário pensam que podem tomar a presidência, mas só existe um caminho: eleições. E eu não participarei dessas eleições", alegou Jovenel.
Você viu?
Claude, em nome do Governo, assinou uma nota à população haitiana e pediu calma para que a polícia e o Exército possa investigar o ocorrido e garantir a ordem no país. Com isso, declarou-se 'estado de sítio' no país - com aval do governo após uma reunião ministerial - para que o Haiti não "mergulhasse no caos".
"Peço a todos que fiquem calmos e lamento muito informar a vocês a morte do presidente. Eu e todos os ministros trabalhamos desde que a notícia foi divulgada e queremos garantir que levaremos os assassinos do presidente à justiça. Por favor, fiquem calmos e deixem as autoridades fazerem o seu trabalho. Não queremos que o país mergulhe no caos. Este é um dia muito triste para nossa nação e para nosso povo", informou Joseph.
A diplomacia do Haiti informou que aeroporto internacional de Porto Príncipe foi fechado logo após o atentado contra o presidente e, com isso, voos regulares foram cancelados ou desviados para países vizinhos.
Como assassinato de Jovenel, há um 'vácuo' no poder do Haiti. Isso porque não há quem assuma a liderança na linha sucessória do país. O cargo de presidente passou a ficar vago, o novo primeiro-ministro não foi oficializado e o presidente do Supremo faleceu em decorrência da covid-19.