Soldados israelenses mataram um adolescente palestino nesta sexta-feira durante confrontos na Cisjordânia ocupada, segundo fontes médicas palestinas. O incidente ocorreu um dia após outros três palestinos terem sido mortos pelas forças especiais israelenses em uma missão para prender suspeitos de "terrorismo".
Mohammed Said Hmayel, de 15 anos, morreu em confrontos na localidade de Beita, perto de Nablus, informou o Crescente Vermelho palestino. O ministério palestino da Saúde confirmou a morte e anunciou o balanço de seis feridos por tiros.
Consultado pela AFP, o exército israelense não quis comentar de imediato.
Os confrontos começaram em uma manifestação contra "a construção por Israel de uma colônia perto da cidade" de Beita, disse a agência oficial palestina Wafa.
Por sua vez, o exército israelense, questionado pela AFP, não mencionou a morte do adolescente, mas afirmou que "centenas de palestinos participaram de uma revolta, incendiando pneus, atirando pedras e lançando rojões contra os militares israelenses ali presentes, colocando-os em perigo".
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Ainda segundo as forças armadas, "os soldados responderam com dispositivos de dispersão antidistúrbios e abrindo fogo contra os rebeldes".
No dia anterior, três palestinos, incluindo dois funcionários do governo local, morreram na Cisjordânia em uma troca de tiros com as forças israelenses que realizavam uma operação para prender palestinos perseguidos em Yenin, no norte.
Os confrontos se multiplicaram nas últimas semanas na Cisjordânia após os protestos desencadeados em Jerusalém e a guerra de 11 dias em maio entre o movimento islamita Hamas no poder em Gaza e o exército de Israel.
Além disso, às sextas-feiras — dia de repouso semanal no Islã — costumam ocorrer várias manifestações neste território ocupado para protestar contra a expansão das colônias israelenses, consideradas ilegais pelo direito internacional. Às vezes, essas mobilizações terminam em confrontos com os soldados israelenses.
Cerca de 475 mil colonos israelenses vivem na Cisjordânia, onde também habitam mais de 2,8 milhões de palestinos.